Aliado de Trump é reeleito presidente da Câmara de Representantes
O republicano Mike Johnson, apoiado por Donald Trump, foi reeleito, nesta sexta-feira (3), presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos.
Johnson parecia ter perdido na primeira votação, quando três republicanos votaram em outro candidato, mas dois deles acabaram mudando seu voto e o apoiaram.
Keith Self, um desses republicanos, contou aos jornalistas que teve uma conversa "animada" com o presidente eleito antes de mudar de parecer.
"Vamos agir com rapidez e vamos começar por defender as fronteiras da nossa nação", disse Johnson em um discurso após sua eleição.
"Em coordenação com o presidente Trump, este Congresso dará a nossos agentes de fronteiras e imigração os recursos de que precisam para fazerem seu trabalho", disse.
"Vamos deportar estrangeiros ilegais perigosos e criminosos, e finalmente acabaremos de construir o muro na fronteira" com o México, acrescentou, prometendo também trabalhar para combater a inflação e ampliar "os cortes fiscais".
"Temos muito a fazer e podemos fazê-lo de maneira bipartidária", disse Johnson enquanto se comprometia a ajudar Trump a transformar a economia.
- "Poder ao povo" -
"Podemos lutar contra a alta inflação, e devemos fazê-lo. Vamos aliviar os americanos e estender os cortes de impostos de Trump [...] Vamos reduzir drasticamente o tamanho e o alcance do governo e 'devolver o poder ao povo'", declarou.
Donald Trump conseguiu manter suas tropas sob controle poucos dias antes de retornar à Casa Branca, mas a votação ilustra as dificuldades de governar com uma estreita maioria de apenas cinco votos na Câmara baixa do Congresso.
Trump desejou "boa sorte" a Johnson em uma mensagem na sua rede Truth Social, onde o parabenizou após a votação.
"Nosso país será o beneficiado", afirmou.
"Os americanos esperaram quatro anos por bom senso, força e liderança. Agora terão isso, e os Estados Unidos serão maiores do que nunca!", acrescentou.
Johnson também contava com o apoio de Elon Musk, figura influente que se tornou um homem de confiança de Trump.
Essa votação era essencial, pois a Câmara dos Representantes precisava de um presidente para certificar a vitória eleitoral de Trump, que retornará à Casa Branca em 20 de janeiro, após seu primeiro mandato de 2017 a 2021.
Os republicanos possuem uma frágil maioria de 219 cadeiras contra as 215 dos democratas, e Johnson precisava do apoio de todos, exceto um, para vencer.
Johnson, advogado de 52 anos, alcançou o posto em 2023 após um golpe interno que paralisou a Câmara dos Representantes por semanas.
No entanto, alguns membros de seu partido o consideram excessivamente conciliador e fraco em questões de cortes de gastos.
- "Arranquem todas as minhas unhas" -
"Podem arrancar todas as minhas unhas, podem cravar bambu, podem começar a cortar meus dedos: eu não votarei em Mike Johnson", declarou o mais indignado entre eles, o republicano Thomas Massie, ao canal conservador OAN. No final, foi o único a se opor.
Em maio passado, 11 republicanos votaram a favor de destituir Johnson depois que ele enfureceu a ala trumpista ao levar à Câmara um enorme pacote de ajuda à Ucrânia. Na ocasião, os democratas salvaram-no.
Como era esperado, os democratas votaram em seu líder, Hakeem Jeffries, que se comprometeu a cooperar com os republicanos, mas advertiu que cortes em programas de auxílio, como a seguridade social, seriam "inaceitáveis".
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