Equador decreta estado de exceção em sete províncias devido à violência
O Equador, que trava uma guerra contra os grupos ligados ao narcotráfico, voltou a decretar estado de exceção em Quito e sete de suas 24 províncias, consideradas as mais violentas, segundo decreto presidencial divulgado nesta sexta-feira (3).
A medida suspende por 60 dias os direitos à inviolabilidade de domicílio e correspondência, nas províncias costeiras de Guayas, Los Ríos, Manabí, Santa Elena e El Oro, e nas amazônicas Orellana e Sucumbíos.
O estado de exceção está em vigor desde a véspera e foi implantado devido à grave comoção e ao conflito armado interno ligado ao narcotráfico. A medida inclui o sistema penitenciário, controlado por militares.
O governo de Daniel Noboa, que teve início em novembro de 2023, tem recorrido a essa faculdade de forma permanente, diante da arremetida de grupos ligados ao narcotráfico, que disputam o poder nas ruas e prisões.
A medida foi tomada em meio a críticas de organizações sociais contra Noboa devido a atentados aos direitos humanos ocorridos em 2024, com os militares mobilizados nas ruas para a luta contra o crime organizado.
O Executivo também ordenou um toque de recolher de sete horas, a partir das 22h locais, em localidades de seis províncias.
A violência do crime organizado transformou nos últimos anos o Equador, que era considerado uma ilha de paz em relação a Colômbia e Peru, maiores produtores mundiais de cocaína. Com 17 milhões de habitantes, a taxa de homicídios no país saltou de 6 a cada 100 mil habitantes em 2018 para um recorde de 47 em 2023.
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