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Comércio perde R$ 100 bilhões para o mercado de apostas em 2024, diz CNC

Casas de apostas no Brasil, as "bets" -  Rodney Costa/Zimel Press/Folhapress
Casas de apostas no Brasil, as "bets" Imagem: Rodney Costa/Zimel Press/Folhapress
do UOL

Colaboração para o UOL

03/01/2025 05h30

O mercado de apostas esportivas "sequestrou" em 2024 cerca de R$ 100 bilhões que seriam usados no consumo de produtos do varejo, segundo avaliação da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). Este é o valor estimado do dinheiro que o público gastou com as 'bets' em vez de usar para compras de bens e serviços.

O que aconteceu

"O bolso do consumidor é um só", explica Felipe Tavares, economista-chefe da CNC. "E em 2024 mudou o padrão, entrou em cena um novo item chamado apostas esportivas. Com isso, o varejo deixou de faturar R$ 100 bilhões ao longo do ano", avalia. Ao todo, o varejo faturou R$ 3 trilhões em 2024, na projeção da CNC.

Ele destaca que com as apostas nas "bets", as pessoas deixaram de consumir na farmácia, nas lojas, na compra de carros. Passaram a usar parte da renda em apostas, e o dinheiro sumiu. "As pessoas consumiram menos para apostar. Foi um ano de muito crédito que poderia ter refletido um crescimento muito maior para o varejo", afirma.

Uma preocupação com a entrada das "bets" em campo é a mudança de padrão das pessoas, na opinião do economista. "Deixou-se de consumir proteína, de comprar sapatos. Tem relatos de gente que não foi fazer matrícula na faculdade e usou o dinheiro nas apostas."

A tendência para 2025 é que as pessoas gastem ainda mais com as apostas. Nesta quarta-feira (1°), passou a valer a regulamentação do mercado de apostas. Depois de muito vaivém junto ao Congresso, o governo conseguiu aprovar no ano passado a proposta da lei, proposta inicialmente em 2022, durante a gestão Jair Bolsonaro (PL).

A partir de agora, as empresas precisam ter endereço no Brasil. Elas também passam a pagar imposto e têm uma limitação de gerenciamento de no máximo três portais. Ao todo, segundo o ministério da Fazenda, 104 companhias estão autorizadas a operar.

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