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Polícia sul-coreana revista aeroporto e escritórios da Jeju Air após acidente com avião

02/01/2025 07h12

A polícia sul-coreana revistou o aeroporto de Muan e os escritórios da companhia aérea Jeju Air nesta quinta-feira(2), após o acidente na aterrissagem de um Boeing 737-800 no domingo, que matou 179 pessoas. 

A aeronave vinda de Bangcoc pousou em Muan sem o trem de pouso acionado e bateu em um muro no final da pista, onde rapidamente foi tomada pelas chamas. Apenas dois comissários de bordo sobreviveram. 

Investigadores da Coreia do Sul e dos Estados Unidos, alguns da fabricante Boeing, estão rastreando o local do acidente nesta cidade do sudoeste para estabelecer as causas do evento. As duas caixas pretas foram encontradas e estão sendo analisadas. 

"Em relação ao acidente de avião ocorrido em 29 de dezembro, está sendo realizada uma operação de busca e apreensão" no aeroporto de Muan, no escritório da Jeju Air em Seul e em um escritório regional de aviação, informou a polícia em comunicado enviado à AFP. 

A agência de notícias local Yonhap disse, citando autoridades, que o mandado de busca se deve a possíveis acusações de negligência profissional que resultaram em mortes. 

Além das buscas, "a equipe de investigação impôs a proibição de viajar a dois indivíduos, incluindo o presidente da Jeju Air, Kim E-bae", que não poderá sair do país, afirmou a polícia em outro comunicado. 

Após o acidente, as autoridades sul-coreanas anunciaram que todas as aeronaves Boeing 737-800 que operam no país serão submetidas a inspeções especiais, com foco no trem de pouso, que parece ter falhado no domingo. 

O presidente em exercício da Coreia do Sul, Choi Sang-mok, disse que tomará "medidas imediatas" se essas inspeções revelarem problemas com o modelo do avião. 

Autoridades indicaram que existem 101 aeronaves B737-800 em operação na Coreia do Sul com seis companhias aéreas diferentes. 

"Dada a grande preocupação pública com o modelo de aeronave envolvido no acidente, o Ministério dos Transportes e as agências relevantes devem conduzir uma investigação completa sobre a manutenção operacional, formação e treinamento", disse Choi. 

"Se forem detectados problemas durante a inspeção, por favor, tomem medidas corretivas imediatas", acrescentou. 

Na quarta-feira, os investigadores concluíram a extração de dados da caixa preta com gravações de voz da cabine, mas a outra com dados de voo está danificada e foi enviada aos Estados Unidos para análise.

- "Sinto tanto a sua falta" -

As autoridades inicialmente citaram uma colisão com pássaros como a causa provável da tragédia, mas posteriormente também apontaram para a presença de uma barreira no final da pista. 

Alguns especialistas sugeriram que o desastre teria sido menos mortal se esse elemento, que abriga um localizador, não fosse de concreto. 

No aeroporto de Muan, parentes e moradores locais montaram um memorial improvisado com flores e mensagens para as vítimas do pior acidente aéreo da história da Coreia do Sul. 

"Querida, sinto tanto a sua falta", dizia uma nota. Outra dizia: "Minha querida irmã, você é a pessoa mais atenciosa que conheço. Não vou ficar bem. Sempre me lembrarei de você. Sinto muito. Eu te amo". 

A imprensa local divulgou uma nota manuscrita, aparentemente do irmão de um dos pilotos, colocada ao lado de um gimbap (um prato popular coreano) e uma bebida em um copo. 

"Meu coração se parte quando penso na luta que você enfrentou sozinho (em seus momentos finais)", dizia. 

"Você foi realmente incrível e se saiu muito bem, então espero que possa encontrar a felicidade em um lugar acolhedor. Obrigado e sinto muito". 

Parentes das vítimas puderam visitar o local do acidente na quarta-feira para se despedir dos seus entes queridos. 

Centenas de pessoas formaram uma imensa fila para prestar homenagens em um altar em memória das vítimas. 

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© Agence France-Presse

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