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Polícia da Coreia do Sul faz buscas em companhia aérea após acidente fatal

02/01/2025 09h37

Por Hyunjoo Jin e Hyunsu Yim

SEUL (Reuters) - A polícia da Coreia do Sul informou na quinta-feira que realizou uma batida na Jeju Air e na operadora do Aeroporto Internacional de Muan, como parte da investigação do acidente de domingo que matou 179 pessoas no pior desastre aéreo em solo do país.

O voo 7C2216 da Jeju Air, que partiu de Bangcoc, capital da Tailândia, com destino a Muan, no sudoeste da Coreia do Sul, aterrissou de barriga e ultrapassou a pista do aeroporto regional, explodindo em chamas após bater em um muro.

Dois membros da tripulação, que estavam sentados na cauda do Boeing 737-800, foram retirados com vida pelas equipes de resgate. Um deles ainda estava em estado crítico e o outro estava sendo tratado por causa dos ferimentos, informou um funcionário do Ministério dos Transportes.

A conversão dos dados do gravador de voz da cabine de pilotagem em arquivos de áudio, que poderiam fornecer informações importantes sobre os minutos finais do voo, foi concluída na quinta-feira, disse Joo Jong-wan, vice-ministro dos Transportes para a Aviação Civil, em uma coletiva de imprensa.

Os investigadores da polícia estavam fazendo buscas nos escritórios da operadora do aeroporto e da autoridade de aviação do Ministério dos Transportes no condado de Muan, no sudoeste do país, bem como no escritório da Jeju Air em Seul, informou a polícia da província de Jeolla do Sul em um comunicado à imprensa.

Os investigadores planejavam apreender documentos e materiais relacionados à operação e manutenção da aeronave, bem como à operação das instalações do aeroporto, disse um funcionário da polícia à Reuters.

A autoridade também disse que a polícia proibiu o presidente-executivo da Jeju Air, Kim E-bae, e outro funcionário não identificado de deixarem o país, chamando-os de testemunhas-chave que podem ser acusados de causar mortes por negligência, o que é punível com até cinco anos de prisão ou uma multa de até 20 milhões de wons (13.600 dólares).

A Jeju Air estava cooperando com a polícia, disse um diretor da companhia aérea, Song Kyeong-hoon, em uma coletiva de imprensa.

As perguntas dos especialistas em segurança aérea sobre o que levou à explosão mortal se concentraram no muro, projetado para sustentar a antena "localizadora" usada para orientar os pousos, que, segundo eles, é muito rígido e muito próximo do final da pista.

"Essa estrutura rígida se mostrou catastrófica quando a aeronave derrapou e causou o impacto", disse Najmedin Meshkati, professor de engenharia da Universidade do Sul da Califórnia, acrescentando que é preocupante o fato de a antena de navegação ter sido montada em "uma estrutura de concreto tão formidável, em vez da instalação padrão de torre/pilone de metal".

Joo disse que o ministério ainda não conseguiu fornecer detalhes claros sobre os planos de modernização do aeroporto de Muan que levaram à adição da estrutura para suportar o aparato de navegação.

O ministério está realizando uma verificação dos equipamentos de localização nos aeroportos de todo o país, disse Joo.

Uma investigação sobre o voo da Jeju Air também está em andamento, envolvendo autoridades sul-coreanas e o National Transportation Safety Board (NTSB) dos EUA, a Federal Aviation Administration (FAA) e o fabricante da aeronave, a Boeing.

Ainda não se sabe por que a aeronave não acionou o trem de pouso e o que levou o piloto a aparentemente se apressar em uma segunda tentativa de pouso depois de informar ao controle de tráfego aéreo que o avião havia sido atingido por pássaros e declarar emergência.

O gravador de dados de voo da aeronave, que sofreu alguns danos, está sendo levado para os Estados Unidos para análise em cooperação com o NTSB.

(Reportagem de Hyunjoo Jin, Hyonhee Shin e Jihoon Lee, em Seul, e Hyunsu Yim, em Sejong)

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