Ministro sírio defende mudanças controversas no currículo escolar
O ministro da Educação sírio minimizou, nesta quinta-feira (2), as mudanças nos currículos escolares anunciadas pelas novas autoridades islamistas e consideradas "extremistas" por ativistas, que temem que as minorias religiosas do país possem ser prejudicadas.
As modificações foram anunciadas na quarta-feira, quase um mês após as forças lideradas pelo grupo islamista Hayat Tahrir al Sham derrubarem Bashar al Assad.
As mudanças incluem a remoção de poemas relacionados a mulheres e ao amor, além de referências a "deuses" nos cursos de história antiga, bem como a interpretação de um versículo do Alcorão sobre aqueles que enfureceram a Deus e se desviaram da religião, referindo-se a eles como "judeus e Nasara", um termo depreciativo para se referir aos cristãos.
O hino nacional também foi removido dos livros didáticos, e o ministério alegou que se tratava do "hino do regime (de Assad)".
O ministro da Educação, Nazir al Qadri, afirmou no Telegram nesta quinta-feira que as mudanças pretendiam apenas eliminar referências "glorificadoras" ao presidente deposto e corrigir interpretações equivocadas do Alcorão, o livro sagrado do Islã.
As mudanças geraram polêmica e muitos expressaram indignação nas redes sociais.
O ativista e jornalista Shiyar Khaleal criticou as alterações no Facebook, alertando que "a educação baseada em ideologias extremistas pode formar indivíduos cujas ideias ameacem a segurança regional e internacional".
Os novos governantes sírios têm assegurado repetidamente que as minorias não serão ameaçadas, e a comunidade internacional também os tem instado a proteger as diversas comunidades do país.
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