Polícia identifica motorista de Cybertruck da Tesla que explodiu como soldado do Exército dos EUA

Por Ronda Churchill e David Shepardson e Karen Brettell

LAS VEGAS (Reuters) - Autoridades de segurança identificaram um soldado do Exército que vivia no Colorado como a provável pessoa que estava dentro de um Cybertruck da Tesla que explodiu na quarta-feira em frente ao Hotel Trump International em Las Vegas, deixando o motorista morto e sete pessoas com ferimentos leves. O FBI disse nesta quinta-feira que, até agora, o ato não tem ligação definitiva com o ataque com uma caminhonete em Nova Orleans, na véspera do Ano Novo, que deixou 15 mortos. Autoridades acreditam que Matthew Livelsberger, um soldado da ativa do Exército de 37 anos, de Colorado Springs, estava dentro do veículo que explodiu. Elas também creem que ele agiu sozinho. Seu corpo foi carbonizado e não pôde ser reconhecido, mas investigadores estão esperando a confirmação por evidências de DNA e registros médicos. A pessoa dentro do Cybertruck deu um tiro em sua própria cabeça imediatamente antes de os explosivos serem detonados, afirmou em coletiva de imprensa, nesta quinta-feira, o xerife do Departamento de Polícia Metropolitana de Las Vegas, Kevin McMahill. Uma arma foi encontrada em seus pés. Essa era uma de duas pistolas semiautomáticas que foram achadas no Cybertruck, ambas compradas legalmente por Livelsberger no dia 30 de dezembro. No veículo, forças de segurança também encontraram uma identificação militar, um passaporte, um iPhone e cartões de crédito. Livelsberger foi escolhido para o Comando de Operações Especiais do Exército dos EUA e estava de licença no momento de sua morte, afirmou um oficial do Exército. O Comando de Operações Especiais do Exército não comentará sobre uma investigação em andamento, disse um porta-voz. Uma autoridade norte-americana afirmou à Reuters que Livelsberger recebeu a Estrela de Bronze por bravura, além de uma comenda do Exército pelo mesmo motivo e um Distintivo de Infantaria de Combate. Ele completou cinco missões de combate no Afeganistão, segundo a fonte. McMahill afirmou que Livelsberger aparentemente não possui antecedentes criminais. Desde 2013, ele mantém endereços no Colorado, e a emissora local FOX21 informou sobre a presença de policiais em um complexo de casas em Colorado Springs, na noite de quarta. O escritório do FBI em Denver anunciou nesta quinta-feira que uma busca em um endereço residencial em Colorado Springs estava relacionada à explosão em Las Vegas. Vídeos feitos por testemunhas dentro e fora do hotel de Las Vegas mostraram o veículo explodindo e chamas saindo dele, por volta das 8h40 (horário local), de quarta-feira. Um porta-voz do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, não retornou um pedido por comentários nesta quinta-feira sobre o incidente com o Cybertruck. Eric Trump, filho do político, elogiou os bombeiros de Las Vegas e as autoridades policiais na quarta-feira por sua ação rápida na explosão. “MUITAS PERGUNTAS” O Hotel Trump International em Las Vegas faz parte da Organização Trump, a empresa do presidente eleito que retornará à Casa Branca em 20 de janeiro. Elon Musk, CEO da Tesla, foi um dos principais apoiadores de Trump em sua campanha presidencial de 2024 e também é conselheiro do novo presidente. “Não passou despercebido para nós que o carro estava em frente a um prédio de Trump e que é um carro da Tesla, mas não temos informações agora que digam de forma definitiva para nós, ou que sugiram que o que ocorreu foi por causa desta ou daquela ideologia, ou se há qualquer explicação para isso”, afirmou McMahill. A polícia disse que Livelsberger alugou o Cybertruck em Denver, no dia 28 de dezembro, e parou em várias cidades, incluindo Albuquerque, Novo México, e Flagstaff, Arizona, antes de chegar a Las Vegas no começo de quarta-feira. O carro passou pela famosa Strip da cidade, repleta de hotéis, cassinos e locais de entretenimento, até chegar ao hotel, por onde passou e depois parou na área de manobristas. O hotel Trump foi esvaziado após a explosão, e a maior parte de seus hóspedes foram transferidos para outro hotel. “Detetives encontraram latas com gasolina e grandes morteiros de fogos de artifício na carroceria do veículo”, afirmou a polícia em comunicado. Schwartz, o agente especial do FBI responsável pelo caso, disse que ainda não estava claro se a explosão foi um ato de terrorismo. Musk disse na plataforma X: “Confirmamos agora que a explosão foi causada por fogos de artifício muito grandes e/ou uma bomba transportada na caçamba do Cybertruck alugado e não tem relação com o veículo em si". Tanto o Cybertruck quanto o carro usado no ataque em Nova Orleans foram alugados por meio do serviço de compartilhamento de veículos Turo, afirmou McMahill. Um porta-voz da Turo disse que a empresa não acredita que os locatários dos carros de Las Vegas e Nova Orleans tinham antecedentes criminais. (Reportagem de Ronda Churchill em Las Vegas, Harshita Meenaktshi em Bangalore, Hannah Lang e Karen Brettell em Nova York, Rich McKay em Atlanta e David Shepardson, Jasper Ward e Ismail Shakil em Washington; reportagem adicional de Devika Nair em Bangalore)