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Donald Trump reage a atentado em Nova Orleans com fake news sobre imigração irregular

02/01/2025 06h07

A imprensa francesa destaca nesta quinta-feira (2) o retorno do terrorismo aos Estados Unidos, a poucos dias da posse do presidente eleito, Donald Trump. O perfil do autor do atentado em Nova Orleans, um americano que declarou em vídeo ter se inspirado no grupo Estado Islâmico para realizar um massacre na madrugada do Ano-Novo, é tema de longas reportagens. A declaração de Trump sugerindo que ele era um imigrante é criticada pelos jornais na França.

O suspeito morto pela polícia foi identificado pelo FBI como Shamsud Din Jabbar, de 42 anos, residente no Texas. Ele era corretor de imóveis em Houston e atuou como especialista em informática e recursos humanos no Exército entre 2007 e 2015, depois foi reservista até 2020. Durante 11 meses, de fevereiro de 2009 a janeiro de 2010, Jabbar foi enviado ao Afeganistão, onde foi promovido a primeiro sargento.

Horas antes do ataque, ele publicou vídeos nas redes sociais afirmando agir "inspirado" no grupo Estado Islâmico, segundo informou o presidente Joe Biden. Ele se converteu ao islamismo ainda jovem, mas o que chama a atenção da imprensa nos Estados Unidos e também na França é que Jabbar foi casado duas vezes, era divorciado da última esposa desde 2022, e enfrentava problemas financeiros. As investigações devem esclarecer as razões de sua radicalização. 

Segundo o jornal francês Libération, os atentados semelhantes na feira de Natal de Magdeburgo, na Alemanha, e nesta quarta-feira em Nova Orleans, com motoristas que atropelam pedestres em momentos festivos, era um cenário temido em várias cidades do mundo. O que precisa ser investigado, nos dois casos, é por que as barreiras de segurança nas ruas onde havia centenas de pedestres eram tão frágeis.

O Libération, o Le Monde e o Le Figaro criticam a reação de Donald Trump ao ataque. O presidente eleito disse que "os criminosos que entram nos Estados Unidos são piores que os locais", mas ele estava "mal informado", ressalta o Le Monde, já que Jabbar nasceu no Texas.

O veículo francês critica a versão inicialmente divulgada pelo canal de TV ultraconservador Fox News, que afirmou que Jabbar entrou nos Estados Unidos pela fronteira do México. O Le Figaro acrescenta que, em um vídeo de 2020, Jabbar conta que nasceu e cresceu em Beaumont, no Texas, e "não era um imigrante", enfatiza o diário. 

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