Mais de 5.500 prefeitos tomam posse; Nunes assume novo mandato em SP
Mais de 5.500 prefeitos vão tomar posse nesta quarta-feira (1º) no Brasil. O centrão saiu como grande vencedor das eleições de 2024. PSD e MDB, que fazem parte do bloco, são os destaques. Depois de assumir a maior cidade do país após a morte de Bruno Covas, Ricardo Nunes foi eleito em São Paulo e comandará a capital paulista por mais quatro anos.
Partidos "em teste" no poder
Com avanço do centro e da direita, prefeitos vão passar por um "teste" no poder. O PSD, por exemplo, vai governar a maior população do país: 37 milhões de pessoas. Em 2020, a sigla elegeu prefeitos em cidades que, somadas, tinham 24,6 milhões de pessoas. Os números calculados pelo UOL consideram a projeção da população pelo IBGE em cada um dos anos eleitorais.
MDB teve o segundo melhor resultado em número de população a ser governada: 36,6 milhões. Partido venceu em São Paulo, maior cidade do país, com a reeleição de Ricardo Nunes, com forte apoio do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Campanha vitoriosa em SP fortalece MDB. Pelo menos desde 2012, o partido que elegia o prefeito da capital paulista também era o que governava o maior número de pessoas no país, o que não ocorreu este ano. Sua gestão também será uma vitrine para os planos de Tarcísio em 2026: reeleição ao governo paulista, ou presidência da República.
Nunes assume com anúncio de aumento de tarifas de ônibus na Justiça. A prefeitura anunciou no dia 26 que o valor da tarifa de ônibus será reajustado para R$ 5 a partir de 6 de janeiro. Dois dias depois, a Justiça da capital solicitou estudos técnicos que embasaram o aumento da tarifa, argumentando a necessidade de maior transparência.
Prefeito avançou no mapa da cidade em comparação com Bruno Covas há quatro anos. Nunes venceu em 54 das 57 zonas eleitorais neste. Já o tucano, em 2020, venceu em 51 zonas eleitorais (São Paulo tinha uma zona a mais em 2020).
De olho em 2026
Ano começa de olho nas eleições de 2026. Para muitos prefeitos, o mandato pode ser um trampolim para governo do Estado ou para fortalecer aliados, como o caso da dobradinha Nunes-Tarcísio.
Reeleitos, três prefeitos no Nordeste assumem já mirando 2026. Alguns prefeitos, por exemplo, devem renunciar antes de concluir o mandato para concorrer ao governo do Estado.
Eles têm nomes dados como certos para a disputa aos governos dos estados em 2026. São eles: João Campos (PSB), do Recife, João Henrique Caldas, o JHC (PL), de Maceió, e Eduardo Braide (PSD), de São Luís.
Xadrez político municipal fortaleceu PSD e põe PT à prova
Eduardo Paes é uma das estrelas do PSD, de Gilberto Kassab. Prefeito do Rio assume quarto mandato, depois de governar o Rio entre 2009 e 2017. Agora, é reeleito pelo PSD, após se eleger pelo DEM em 2020. Ele também assume com anúncio de aumento de tarifa municipal de ônibus.
PSD e MDB elegeram prefeitos em cinco capitais cada um —o melhor desempenho entre todos os partidos. PSD venceu no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte, Curitiba, São Luís e Florianópolis. Além de São Paulo, o MDB foi eleito em Belém, Porto Alegre, Macapá e Boa Vista.
PL triplicou e teve alta de 193% nas eleições municipais. Sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro teve a maior alta destas eleições em termos de população governada.
Partido vai governar uma população total de 27 milhões. Legenda de Valdemar da Costa Neto ganhou relevância nas eleições num momento em que o ex-presidente Bolsonaro enfrenta problemas com a Justiça.
Já Republicanos subiu 83%. Partido saltou de uma população governada de 7,6 milhões de pessoas para 13,8 milhões. O partido é ligado à Igreja Universal, evangélica. O maior nome da sigla é hoje Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo e principal avalista da reeleição de Nunes na capital do estado.
Partidos de esquerda e centro-esquerda foram praticamente varridos das prefeituras de capitais. O PT assume 252 prefeituras a partir de hoje. O PSB, 309, o PDT,151, e o PCdoB, 19.
Desempenho do PT é tímido, apesar do crescimento. Partido saiu das urnas com mais prefeitos do que em 2020, mas abaixo das expectativas.