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FBI fala em 'terrorismo' após motorista atropelar multidão em Nova Orleans deixando mortos e feridos

01/01/2025 15h27

Um homem "determinado" a causar uma "carnificina" na véspera de Ano Novo em Nova Orleans bateu com seu veículo em uma multidão no tradicional bairro de inspiração francesa da cidade do sul dos Estados Unidos na quarta-feira (1°), resumiu a polícia local. O motorista matou pelo menos 10 pessoas e feriu outras 35. As autoridades investigam um possível "ato de terrorismo".

O incidente ocorreu por volta das 3h15 pelo horário local (6h15 no horário de Brasília), no coração do famoso French Quarter desta cidade dos Estados Unidos, que estava lotada de pessoas comemorando a chegada de 2025. "Este homem atirou em nossos policiais quando bateu [o carro]. Dois policiais foram baleados", disse a superintendente da polícia Anne Kirkpatrick em entrevista coletiva, garantindo que o agressor "tentou atropelar a maior quantidade de pessoas possível". Segundo ela, o motorista "estava determinado a provocar o massacre e os danos que causou".

O FBI assumiu o comando operacional das investigações. De acordo com o um comunicado oficial dessa agência federal, "o homem trocou tiros com a polícia" e agora está morto. "O FBI está liderando a investigação sob a hipótese de um ato terrorista", continuou a nota.

Um suposto artefato explosivo improvisado foi encontrado no local do incidente em Nova Orleans, informou o FBI. "Estamos trabalhando para confirmar se este é um artefato viável ou não", disse a agente especial Alethea Duncan em entrevista coletiva.

O governador de Louisiana, Jeff Landry, descreveu o incidente como um "ato horrível de violência". O ataque em Nova Orleans ocorreu apenas dez dias depois de um ataque semelhante na cidade de Magdeburg, no leste da Alemanha, quando cinco pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas após um homem invadir uma feira de Natal com seu veículo.

Trump associa ataque à imigração ilegal

O presidente Joe Biden reagiu advertindo que "não tolerará" ataques contra o povo americano. "Não há justificativa para a violência de nenhum tipo e não toleraremos nenhum ataque contra nenhuma das comunidades de nossa nação", afirmou em um comunicado o chefe de Estado em fim de mandato.

Seu sucessor na Casa Branca, o republicano Donald Trump, por sua vez, relacionou o incidente à imigração irregular, apesar de a identidade do autor do ataque ainda ser desconhecida. "Eu disse que os criminosos que estão chegando são muito piores do que os que temos no país", escreveu nas redes sociais.

Trump afirmou ainda que a taxa de criminalidade no país "está em um nível nunca visto", embora, de acordo com o FBI, os crimes violentos tenham diminuído drasticamente.

Nova Orleans é um dos destinos mais visitados dos Estados Unidos. Nas primeiras horas do ano, a área fervilhava de gente comemorando no French Quarter, bairro famoso por seus bares, restaurantes e história do jazz.

De acordo com relatos à imprensa local, o veículo em alta velocidade atingiu a multidão pouco antes de seu motorista pular no chão e começar a disparar uma arma, enquanto a polícia respondia ao fogo. O incidente ocorreu pouco antes de a cidade sediar um importante jogo de futebol americano, conhecido como Sugar Bowl, no qual participam equipes da Universidade da Geórgia e Notre Dame. Segundo as autoridades municipais, a vigilância foi intensa durante o Ano Novo, enquanto a cidade se preparava para receber multidões. O departamento de polícia local anunciou "100% de pessoal, com 300 policiais adicionais", inclusive a cavalo e usando unidades sem distintivos.

O icônico French Quarter publicou ofertas especiais para o Ano Novo, incluindo festas LGBTQIAPN+ e um cabaré drag perto de onde ocorreu o incidente.

(Com agências)

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