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Síria: ex-rebeldes assumem casas de oficiais de Assad em moradias militares

Eidye Zaitoun, 52 anos, reúne seus pertences após ordem de evacuação. Seu filho foi soldado da quarta divisão do exército durante o regime de Assad, deposto pelos rebeldes em 8 de dezembro após 27 anos - Amr Abdallah Dalsh/Reuters
Eidye Zaitoun, 52 anos, reúne seus pertences após ordem de evacuação. Seu filho foi soldado da quarta divisão do exército durante o regime de Assad, deposto pelos rebeldes em 8 de dezembro após 27 anos Imagem: Amr Abdallah Dalsh/Reuters

Riham Alkoussa;

31/12/2024 17h45

Famílias de oficiais militares que serviram durante o governo deposto de Bashar al-Assad na Síria estão sendo despejadas de suas moradias subsidiadas em um complexo nos arredores de Damasco. As casas foram ocupadas por ex-rebeldes vitoriosos e suas famílias, disseram moradores e combatentes no local.

O complexo Muadamiyat al-Sham, que abriga centenas de pessoas em mais de uma dúzia de prédios, é uma das várias áreas reservadas para oficiais sob o governo de Assad.

Com as Forças Armadas sendo reestruturadas em torno das antigas forças rebeldes e a desmobilização de oficiais da era Assad, os despejos de alojamentos militares não são uma surpresa.

Mas a rápida substituição nas acomodações por combatentes que passaram anos em um território rural empobrecido e controlado pelos rebeldes mostra a súbita reversão da sorte para os apoiadores de cada lado do conflito.

Nomes de facções rebeldes do principal grupo islâmico vitorioso HTS (Hayat Tahrir al-Sham), que capturou a capital em 8 de dezembro, estão rabiscados com spray nas entradas dos prédios, aparentemente marcando-os para os combatentes de cada entidade.

Três combatentes no complexo, quatro mulheres que estavam morando no local e uma autoridade local que fornece documentação para os despejados disseram que famílias de oficiais receberam um prazo de cinco dias para irem embora.

"Começaremos a mudar as escolas dos nossos filhos, recomeçando nossas vidas. Estou muito triste, meu coração está partido, é a nossa vida, a vida dos meus filhos", afirmou Budour Makdid, 38 anos, esposa de um ex-oficial de inteligência militar que mora em Muadamiyat al-Sham.

O marido de Makdid, que assinou documentos reconhecendo as novas autoridades e entregou sua arma, já retornou para a casa da sua família na província de Latakia, um antigo reduto de Assad, e Makdid e seus filhos se juntarão a ele naquele local, disse ela.

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