Vários ex-rebeldes, incluindo jihadistas estrangeiros, promovidos a oficiais do exército sírio
Vários ex-rebeldes foram promovidos a oficiais do exército sírio no domingo, de acordo com um decreto do novo líder do país, Ahmed al Sharaa, e especialistas afirmam que entre as novas promoções estão jihadistas estrangeiros.
As novas autoridades sírias, formadas por uma coalizão liderada por islamistas radicais, revelaram na semana passada um acordo com "todos os grupos armados" para a sua dissolução e "integração sob a tutela do Ministério da Defesa".
O decreto, publicado na noite de domingo no canal Telegram, denominado "Comando Geral", de Ahmed al Sharaa, chefe do país, inclui uma lista de 49 nomes, incluindo os de rebeldes sírios e ex-oficiais do exército que desertaram e se aliaram aos rebeldes islamistas antes da queda de Bashar al-Assad no início de dezembro.
Estas mudanças são realizadas "no âmbito do desenvolvimento e modernização do exército, para garantir a segurança e a estabilidade", segundo o decreto.
"A maioria das pessoas promovidas pertence ao círculo íntimo de Ahmed al Sharaa", disse à AFP Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).
São as primeiras promoções militares desde que os rebeldes tomaram o poder.
Um dos homens nomeados generais é Murhaf Abu Qasra, chefe militar do Hayat Tahrir al Sham (HTS), o grupo islamista sírio que liderou a coalizão que derrubou Al Assad em 8 de dezembro.
O OSDH, que mantém uma vasta rede de fontes na Síria, identificou pelo menos "seis jihadistas estrangeiros" na lista, particularmente um albanês, um jordaniano, um homem do Tadjiquistão, um uigure e um turco que fazia parte do HTS.
O especialista em movimentos jihadistas e no conflito sírio, Aymen al Tamimi, identificou três estrangeiros: um uigur, um jordaniano e um turco "que liderou os combatentes turcos sob o comando do HTS e é agora (após a promoção) um oficial de brigada", disse ele à AFP.
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