Rússia se opõe ao envio de contingente de paz europeu para a Ucrânia
A Rússia se opõe ao eventual envio de um contingente europeu para a Ucrânia, declarou o seu ministro das Relações Exteriores, em um momento em que europeus e americanos refletem sobre o pós-conflito.
"Desde já, não estamos satisfeitos com as propostas feitas em nome dos representantes da equipe do presidente eleito (o americano Donald Trump) de adiar a adesão da Ucrânia à Otan por 20 anos e introduzir na Ucrânia um contingente de manutenção da paz formado por forças britânicas e europeias", disse Lavrov à agência estatal Tass nesta segunda-feira (30).
Há várias semanas especula-se sobre possíveis negociações de paz futuras, depois de quase três anos de conflito entre Rússia e Ucrânia, que deixou centenas de milhares de mortos e feridos.
Entre as ideias consideradas pelos ministérios das Relações Exteriores europeus e por Washington está a de enviar um contingente militar europeu para a Ucrânia, ao longo da linha da frente que se estende por cerca de 1.000 km.
Esta hipótese, discutida pelo presidente francês Emmanuel Macron e o polonês Donald Tusk em Varsóvia em meados de dezembro, poderia envolver os exércitos de membros da Otan, ou de países com armas nucleares, como França e Reino Unido.
"Obviamente, é cedo para falar (...) sobre forças de manutenção da paz", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, em 16 de dezembro.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, pede mais armas e garantias de segurança aos seus aliados ocidentais antes de quaisquer negociações com Moscou.
O seu homólogo russo, Vladimir Putin, continua exigindo a rendição da Ucrânia, a sua renúncia à adesão à Otan e que a Rússia mantenha os territórios ucranianos que anexou.
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