'Colisão com pássaro': Piloto declarou emergência antes de bater na Coreia
O piloto do Boeing 737-800 da Jeju Air declarou emergência minutos antes de o avião bater contra um muro durante um pouso no Aeroporto Internacional de Muan, na Coreia do Sul. Acidente deixou 179 mortos.
O que aconteceu
Piloto emitiu avisos de "mayday". A expressão é utilizada apenas quando a aeronave está sob perigo iminente e requer ajuda imediata. As informações foram publicadas pela BBC.
Avião foi atingido por pássaro. A investigação apontou que às 8h59 o piloto relatou que a aeronave havia sido atingida por um pássaro. "Mayday, mayday, mayday", teria dito, seguido de "bird strike, bird strike" (colisão com pássaros).
O profissional abortou o pouso e solicitou permissão para pousar na direção oposta. O controle de tráfego aéreo autorizou o pouso alternativo às 9h01, três minutos após o piloto declarar emergência. Um minuto depois, às 9h02, o avião fez contato com o solo.
O avião estava pousando quando perdeu o controle, saiu da pista e colidiu contra um muro. O acidente aconteceu por volta das 9h da manhã de domingo (29), no horário local, 21h da noite deste sábado (28), no horário de Brasília. Estavam a bordo 175 passageiros e seis tripulantes.
O acidente teria sido provocado por uma falha no trem de pouso da aeronave. A tripulação do Boeing 737-800 da Jeju Air foi alertada pela torre de controle sobre o risco de colisão com pássaros antes de tentar pousar, disse o Ministério dos Transportes sul-coreano. Ju Jong-wan, diretor da pasta, disse ao jornal The New York Times que as caixas-pretas do avião foram recuperadas, o que deve auxiliar nas investigações.
Duas pessoas sobreviveram
Duas pessoas foram resgatadas com vida. De acordo com a agência coreana Yonhap, com informações da Agência Nacional de Bombeiros, os resgates foram feitos a partir da cauda do avião, região menos atingida da aeronave. As duas pessoas encontradas vivas são da equipe de tripulação.
Dos que estavam a bordo, 82 eram homens e 93 eram mulheres, com idades variando de três a 78 anos. 77 corpos foram identificados até o momento. Segundo os bombeiros, as identidades dos menores sem identificação estão sendo confirmadas através de testes de DNA.
O avião estava retornando de Bangkok, na Tailândia. O acidente ocorreu após uma tentativa de pouso na província de Jeolla do Sul, a 288 quilômetros de Seul. De acordo com autoridades coreanas, no avião estavam 173 passageiros coreanos e dois tailandeses.
Governo coreano criou gabinete de emergência para tratar do acidente. Segundo a agência Yonhap, o Ministério dos Transportes do país também enviou para o local sete investigadores da comissão de investigação de acidentes aéreos e ferroviários, um chefe de tecnologia aeronáutica e um supervisor.
O presidente em exercício, Choi Sang-mok, decretou luto nacional de sete dias. Ele também expressou profundas condolências aos familiares enlutados e prometeu oferecer-lhes toda a assistência governamental possível.
Este é o acidente aéreo com o maior número de vítimas ocorrido na Coreia do Sul. Antes do desastre da Jeju Air, o acidente com maior perda de vidas havia sido o da Asiana Airlines Haenam, em 1993, que matou 66 pessoas.
O CEO da Jeju Air, Kim E-bae, apresentou um pedido de desculpas. Ele viajou para o aeroporto de Muan para pedir desculpas pessoalmente às famílias, mas foi recebido com hostilidade. Kim só chegou por volta das 20h, cerca de 11 horas após o acidente.