Topo
Notícias

Ex-presidentes dos EUA e líderes mundiais aclamam legado de Jimmy Carter

29/12/2024 19h08

Um ex-presidente americano lembrado com "gratidão" tanto por Donald Trump quanto por Cuba. A maior parte do mundo reconheceu o legado de paz, democracia e direitos humanos de Jimmy Carter, que morreu no domingo aos 100 anos.

- Estados Unidos -

Joe Biden

"Os Estados Unidos e o mundo perderam um líder, estadista e humanitário extraordinário", disse o presidente em fim de mandato Joe Biden, juntamente com a sua esposa Jill, em um comunicado, no qual também anunciou funerais de Estado para o ex-presidente Carter. 

"Ele trabalhou para erradicar doenças, não só no seu país, mas em todo o mundo. Ele forjou a paz, promoveu os direitos civis, os direitos humanos, promoveu eleições livres e justas em todo o mundo", destacou.

Donald Trump

O presidente eleito disse que os americanos têm uma "dívida de gratidão" com Carter. 

"Os desafios que Jimmy enfrentou como presidente surgiram em um momento crucial para o nosso país e ele fez tudo o que estava ao seu alcance para melhorar a vida de todos os americanos", disse Trump nas redes sociais.

Bill Clinton

O ex-presidente disse que o seu co-partidário democrata "viveu para servir aos outros, até ao fim". Em uma declaração conjunta com a sua esposa Hillary, ele sublinhou que Carter "trabalhou incansavelmente por um mundo melhor e mais justo".

George W. Bush

O ex-presidente republicano garantiu que Carter "dignificou o cargo. E os seus esforços para deixar um mundo melhor não terminaram com a presidência".

Barack Obama

O ex-presidente democrata Barack Obama afirmou que Carter "ensinou a todos o que significa viver uma vida de graça, dignidade, justiça e serviço".

- Líderes mundiais, governos e autoridades -

Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou Carter como "um amante da democracia e defensor da paz" e enfatizou sua pressão sobre a ditadura brasileira para libertar presos políticos.

Lula lembrou que Carter "trabalhou junto com o Brasil na mediação de conflitos na Venezuela e na ajuda ao Haiti" e que deixa como legado sua defesa de que "a paz é a mais importante condição para o desenvolvimento".

Panamá

O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, destacou o papel crucial de Carter em "conseguir negociar e chegar a um acordo" sobre a transferência do canal dos Estados Unidos para o Panamá. 

"A sua passagem pela Casa Branca marcou tempos complexos, que para o Panamá foram cruciais para negociar e chegar a acordo sobre os Tratados Torrijos-Carter em 1977, com os quais se conseguiu a transferência do Canal para mãos panamenhas e a plena soberania do nosso país. Paz para sua alma".

Cuba

"Nosso povo lembrará com gratidão seus esforços para melhorar as relações, suas visitas a #Cuba e seu pronunciamento a favor da liberdade dos Cinco (agentes cubanos presos em 1998 e condenados por espionagem nos Estados Unidos)", disse o presidente Miguel Díaz-Canel na rede social X.

Venezuela

Em um comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela destacou que "suas contribuições para a política global e sua dedicação à paz deixaram uma marca indelével no mundo".

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, acrescentou: "Sempre nos lembraremos da contribuição que ele deu na época para desmantelar as tentativas desestabilizadoras, a intolerância da extrema direita e o golpe de Estado na Venezuela".

México, Peru, Guatemala, Honduras, Chile e Nicarágua publicaram mensagens oficiais de condolências e destacaram o legado de Carter nos seus esforços para promover a paz, os direitos humanos e a democracia na região.

Espanha

O presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, destacou Carter como "um dos líderes mais comprometidos com a justiça e os direitos humanos e será sempre lembrado pela sua defesa das democracias e pela sua dedicação à Paz", escreveu no X. 

China

O presidente do gigante asiático, Xi Jinging, recordou o esforço para normalizar as relações bilaterais: "Durante muito tempo deu contribuições importantes para o desenvolvimento dos laços entre a China e os Estados Unidos e para a promoção de intercâmbios amistosos e de cooperação entre os dois países", disse Xi, segundo a emissora estatal CCTV.

França

O presidente Emmanuel Macron prestou homenagem ao legado de Carter, observando que ele "defendeu os direitos das pessoas mais vulneráveis e liderou incansavelmente a luta pela paz". 

Israel

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, elogiou o papel do ex-presidente dos Estados Unidos, artífice dos acordos de Camp David de 1978, para a paz entre Israel e Egito, e o considerou uma fonte de "esperança para as gerações futuras".

O presidente de Israel, Isaac Herzog, também lembrou de Carter e afirmou que Camp David "continua sendo uma âncora de estabilidade em todo o Oriente Médio e no Norte da África, décadas depois".

Egito

O presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sissi, saudou Carter como um "símbolo dos esforços humanitários" por seu papel como mediador nos acordos de Camp David de 1978 para um tratado de paz entre seu país e Israel.

Autoridade Palestina

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, lamentou o falecimento de Carter e o classificou como "um extraordinário estadista e pacificador mundial".

"Primeiro presidente americano a reconhecer o direito do povo palestino à autodeterminação, [Carter] trabalhou sem descanso para encontrar uma solução justa e duradoura no Oriente Médio", declarou.

Ucrânia

"Apreciamos profundamente o seu firme compromisso com a fé cristã e os valores democráticos, assim como o seu apoio inabalável à Ucrânia face à agressão não provocada da Rússia", disse o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.

Reino Unido

"Seja apoiando eleições em todo o mundo, divulgando soluções de saúde através do Centro Carter ou construindo casas com a Habitat for Humanity até os noventa anos, Jimmy Carter viveu os seus valores ao serviço dos outros até ao fim", observou o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer. 

Papa Francisco

Francisco "recebeu com tristeza" a notícia da morte de Carter, declarou o secretário de Estado do Vaticano nesta segunda-feira. 

O pontífice apresentou as suas "sinceras condolências" e recordou o "firme compromisso de [Carter], motivado por uma profunda fé cristã, com a causa da reconciliação e da paz entre os povos, a defesa dos direitos humanos e o bem-estar dos pobres e necessitados", escreveu o cardeal Pietro Parolin em uma mensagem.

OMS

O diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que o trabalho do Centro Carter "salvou inúmeras vidas e ajudou a eliminar muitas doenças tropicais negligenciadas".

nro/acb/cjc/ag/aa/jb/ic/am

© Agence France-Presse

Notícias