Mulher baleada pela PRF está sem dreno há 48 h; quadro ainda é gravíssimo
Juliana Leite Rangel, 26, que foi baleada pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) na noite de terça-feira (24), segue em estado gravíssimo após a cirurgia que retirou um dreno de seu cérebro.
O que aconteceu
Tomografia mostra que ela respondeu bem ao procedimento. O equipamento foi retirado do cérebro dela na manhã de quinta-feira (26) após cessar a secreção que havia sido causada pelo impacto do tiro no crânio. "A paciente está sem o dreno há mais de 48 horas, sem piora, e mantendo quadro neurológico inalterado, o que, neste momento, é o esperado", diz o boletim médico deste sábado (28).
Juliana mantém quadro geral gravíssimo. Ela segue internada no CTI (Centro de Terapia Intensiva) do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, onde está intubada e totalmente sedada. Nessas condições, não há previsão para reduzir a sedação ou avaliar os estímulos neurológicos dela.
Equipe multidisciplinar acompanha o caso. Junto com o serviço de neurocirurgia, profissionais monitoram o estado da mulher que, ao entrar na unidade, foi intubada e encaminhada diretamente para o centro cirúrgico, onde passou por procedimento sem intercorrências.
Relembre o caso
Juliana levou o tiro durante uma operação da PRF na rodovia Washington Luís (BR-040). Ela seguia para Niterói, onde passaria a ceia de Natal com a família.
"Já foram metendo bala em cima do meu carro", disse o pai da jovem, Alexandre Silva Rangel, 53, em um vídeo que circula nas redes sociais. Ele, que dirigia o veículo, contou que, assim que ouviu a sirene da viatura, deu seta imediatamente indicando que iria encostar o carro.
"Acertou um tiro de fuzil na cabeça da minha filha", disse Alexandre. Ele mostrou que o mesmo tiro passou de raspão em seu dedo. "Falaram que fui eu que atirei", desabafou o pai. Segundo ele, os policiais que participaram da ação disseram que ele atirou contra a viatura primeiro. Além de Juliana e o pai, estava também o seu irmão, que aparece com sua roupa ensanguentada nas imagens.
Policiais foram afastados. Os agentes rodoviários federais envolvidos no caso foram afastados pela corporação, informou a PRF na quarta-feira (25). O afastamento preventivo dos policiais de todas as atividades operacionais foi determinado pela Corregedoria Geral da PRF, em Brasília.