Geórgia tem manifestação pró-UE antes da posse do novo presidente
Milhares de manifestantes pró-europeus se reuniram neste sábado (28) em Tbilisi, capital da Geórgia, para protestar contra o governo, na véspera da posse do novo presidente, cuja investidura é rejeitada pela oposição deste país do Cáucaso.
Os manifestantes formaram uma corrente humana ao longo do rio Kura, no centro de Tbilisi, alguns enrolados em bandeiras da Geórgia e da UE. Outros exibiram uma faixa pedindo a "libertação dos prisioneiros políticos", constataram jornalistas da AFP.
Os manifestantes exigiam a soltura das pessoas detidas durante os protestos anteriores e a convocação de novas eleições legislativas.
A Geórgia está imersa em uma crise política desde as eleições legislativas de outubro, as quais deram a vitória ao partido governista "Sonho Georgiano", mas que são denunciadas pela oposição pró-ocidente como fraudulentas.
A decisão das autoridades de adiar os esforços para integrar a UE até 2028 provocou várias semanas de manifestações pró-europeias, algumas das quais foram dispersadas pela polícia.
O país do Cáucaso se prepara para a posse no domingo de um novo presidente leal ao "Sonho Georgiano", Mikheil Kavelashvili, conhecido por suas posições ultraconservadoras e antiocidentais.
Embora os poderes presidenciais sejam limitados na Geórgia, a posse deve gerar uma nova mobilização dos apoiadores de uma adesão rápida à UE, especialmente porque a atual presidente, Salomé Zurabishvili, anunciou que se recusa a encerrar seu mandato sem a organização de novas eleições legislativas.
Esta ex-diplomata francesa está em ruptura com o governo e afirma ser a única representante legítima do poder. Ela apoia os manifestantes e se juntou à corrente humana em Tbilisi neste sábado, segundo a televisão georgiana.
O "Sonho Georgiano", acusado por seus críticos de ter uma postura autoritária, nega qualquer tipo de fraude nas eleições legislativas e acusa a oposição de querer provocar uma revolução financiada pelo exterior.
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