Chefe da OMS escapa da morte durante bombardeio israelense no Iêmen
O chefe da OMS (Organização Mundial da Saúde) disse neste sábado (28) que escapou por pouco da morte durante o bombardeio israelense de quinta-feira no aeroporto da capital do Iêmen, controlado pelos rebeldes huthis.
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor da OMS, disse à BBC que ainda sentia zumbidos nos ouvidos desde o ataque de quinta-feira, quando se preparava para embarcar em um avião em Saná.
"O barulho foi ensurdecedor. Ainda estou com zumbido nos ouvidos. Já se passaram mais de 24 horas. Não sei se afetou minha audição", comentou.
"A sala de embarque próxima a nós foi atingida, depois a torre de controle. Se o míssil tivesse se desviado um pouco, poderia ter caído sobre nós", observou.
Na quinta-feira, Israel anunciou que atacou "alvos militares" dos rebeldes huthis, incluindo o aeroporto de Saná, e afirmou que respondeu aos "repetidos ataques" destes insurgentes, que durante meses lançaram ataques contra Israel "em solidariedade" com os palestinos.
Os huthis, que controlam grande parte do Iêmen, incluindo a capital, são apoiados pelo Irã, inimigo declarado de Israel.
O chefe da OMS considerou que a proteção das instalações civis, prevista no direito internacional, deve ser respeitada.
"Não importa se eu estava lá ou não. Esta é uma instalação civil, deve ser protegida, de acordo com o direito internacional", insistiu.
Tedros visitou o Iêmen em nome do secretário-geral da ONU, António Guterres, como parte de uma missão para garantir a libertação de funcionários da ONU detidos e para avaliar a situação sanitária e humanitária no país devastado pela guerra.