Movimentação de estrutura de ponte que desabou entre Tocantins e Maranhão afeta buscas, diz Marinha
Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Parte remanescente da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que desabou entre os Estados do Tocantins e do Maranhão no domingo passado, se movimentou e as atividades de buscas com mergulhadores próximas aos pilares da estrutura foram interrompidas, informaram autoridades nesta sexta-feira.
Nove mortes foram confirmadas e oito pessoas permanecem desaparecidas desde o início das buscas, após a queda do vão central da ponte de mais de meio quilômetro de extensão, segundo informações da Marinha, que participa dos esforços de resgate. A última vítima fatal foi encontrada na noite da véspera por moradores a seis quilômetros do local do desmoronamento, a jusante do rio.
Com a paralisação dos mergulhos no local, a retirada de outros dois corpos encontrados na véspera sob escombros próximos aos pilares da ponte terá de esperar. Também não será possível a remoção de uma carga "preservada" de pesticidas já localizada.
"O que parou, momentaneamente, foi a operação de mergulhadores no pé dos pilares, agora vamos reposicionar esses mergulhadores para uma área mais segura", afirmou o contra-almirante Coelho Rangel, coordenador-geral das buscas, em entrevista a jornalistas transmitida pela internet.
"Temos embarcações navegando pelo rio, sonar fazendo 'SideScan', monitoramento da qualidade da água... as operações continuam", frisou.
As atividades contam ainda com drones subaquáticos da Polícia Federal e da Transpetro.
Rangel explicou que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) vai verificar e monitorar a movimentação dos pilares e as buscas com mergulhadores no local apenas poderão ser retomadas com um laudo que ateste a segurança.
Os testes de qualidade da água ocorrem em meio a temores relacionados aos veículos que transportavam cargas com produtos químicos perigosos e que mergulharam no rio com o desabamento da ponte. Os testes são feitos por militares especializados em Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica (NBQR).
Rangel disse ainda que equipamentos enviados pela Transpetro, subsidiária de transporte e logística da Petrobras, contribuirão com as atividades.
Petrobras e Transpetro informaram nesta sexta-feira que disponibilizaram ROVs (sigla em inglês para veículo remotamente operado) e equipes técnicas para ajudar na força-tarefa comandada pela Marinha.
O ROV, segundo a Petrobras, é um robô utilizado em inspeção de dutos submarinos, com câmeras de alta resolução e operado remotamente vai apoiar nas buscas por vítimas do colapso da ponte.
"As buscas vêm sendo feitas por equipes de mergulho da Marinha em uma profundidade que varia de 20 a 60 metros. Mais três ROVs disponibilizados pela Petrobras devem chegar ao local das buscas nas próximas horas", disse a companhia em nota nesta sexta-feira.
A Transpetro também está operando no local com um sonar que tem capacidade de gerar imagens mais nítidas do fundo do rio, ajudando a guiar os mergulhadores.