Jogos Olímpicos e reabertura da Notre-Dame impulsionam turismo em Paris nas festas de fim de ano
Os hotéis parisienses estão lotados neste inverno de 2024. A taxa de reservas para as duas semanas de férias do Natal e do Ano Novo chegou a 70%, conforme os dados divulgados em meados de dezembro. Isso significa 9 pontos percentuais a mais do que há um ano, segundo dados da Consultoria MKG.
"Este ano, o número de turistas é muito maior do que da última vez que vim. [Há] muito mais gente", observa Noemi Rizzato, natural de Milão, que enfrentou o frio no final de dezembro para visitar a Praça do Trocadéro, em Paris.
"Ouvíamos todas as línguas sendo faladas, exceto o francês no metrô", diverte-se Georges Bardot, um aposentado de 78 anos da região da Borgogne Franche-Comté.
Os turistas estão de volta à capital francesa, para a alegria dos profissionais do setor. O turismo na capital é impulsionado pelo efeito da propaganda indireta feita pela exibição das imagens da cidade durante os Jogos Olímpicos para todo o mundo, assim como a reabertura da catedral gótica Notre-Dame de Paris, reformada após o incêndio de 2019.
Os hotéis de luxo registram um aumento de quase 14 pontos percentuais em um ano. Para o Sindicato dos Hoteleiros (Umih), é uma prova de que os clientes internacionais com forte poder aquisitivo estão de volta.
Os Jogos Olímpicos "fizeram com que os turistas quisessem voltar ou visitar a cidade pela primeira vez", analisa Frank Delvau, presidente da filial Paris-Île-de-France da Umih, que vê nestes números um "efeito JO".
Decepcionados com um resultado modesto no verão, com uma queda acentuada na atividade de restaurantes, museus e táxis, os profissionais do turismo já esperavam por este efeito positivo. Com 5 bilhões de telespectadores, os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris foram os mais assistidos da história, segundo o Comitê Olímpico Internacional.
Recuperação esperada
"Precisávamos desta recuperação porque a situação foi muito complicada no terceiro trimestre, com as Olimpíadas, (...) houve quedas muito significativas no ramo dos restaurantes que caiu 40% ou mesmo 50%", continua Delvau.
Na Île de la Cité, onde está localizada a Catedral de Notre-Dame, os comerciantes do bairro aguardavam impacientemente o retorno dos visitantes, após cinco anos de obras de reconstrução. A epidemia de Covid-19 também colaborou para a queda recente no número de turistas.
"A reabertura da Notre-Dame este ano foi a atração mais importante da nossa lista (...) É um monumento magnífico e foi ótimo vê-lo, rezar ali, visitá-lo", diz Teju Arora, um. engenheiro dos Estados Unidos, entrevistado pela AFP.
Na primeira semana desde a reabertura da catedral, em dezembro, o monumento recebeu 270 mil visitantes em oito dias. Os turistas "dizem [que] é hora de ir a Paris, (...) eles têm ao mesmo tempo a Notre-Dame, as vitrines decoradas das lojas de departamentos que sempre atraem muita gente no Natal", resumiu Delvau.
De 1 de novembro a 8 de dezembro, as chegadas aéreas internacionais a Paris registaram um aumento de 15,4% face a 2023, atingindo 1,3 milhões, segundo o barômetro do escritório de turismo de Paris.