Ibovespa cai 0,67%, aos 120,2 mil pontos, e recua 1,50% na semana
O Ibovespa encerrou a última semana do ano em queda, colocando a perda acumulada no mês a mais de 4% e a do ano, na casa de 10%. Faltando apenas o pregão da segunda-feira, 30, para o término de 2024, acentuou hoje perdas em direção ao fechamento, em baixa de 0,67%, aos 120.269,31 pontos, bem mais perto da mínima (120.252,07) do que da máxima (121.609,40) da sessão, em que saiu de abertura aos 121.077,60 pontos. O giro ficou em R$ 17,2 bilhões nesta sexta-feira, em que o Ibovespa emendou a terceira perda semanal - nas últimas 10 semanas, avançou em apenas duas, no intervalo que retrocede a 21 de outubro.
Após baixas de 2,01% e de 1,06% nas semanas anteriores, o índice acrescentou 1,50% de retração no período que chega ao fim, colocando a perda de dezembro até aqui a 4,30% e a do ano a 10,37%. As ações de maior peso e liquidez, que ontem haviam avançado, hoje devolveram o movimento, entre as quais as de commodities e as de bancos. Na ponta perdedora do Ibovespa, Vamos (-7,17%), Carrefour (-4,62%) e LWSA (-3,30%). No lado oposto, Brava (+10,64%), Petz (+3,75%) e Automob (+2,94%).
Na contramão do petróleo, em alta superior a 1% na sessão para o Brent e o WTI, Petrobras cedeu na ON (-1,12%) e na PN (-0,31%), subindo ainda 19,51% e 16,23%, respectivamente, no ano, mas cedendo 2,56% e 1,44%, pela ordem, no mês - na semana, tiveram ganhos de 0,86% e 0,08%. Vale ON chegou a tentar virada no meio da tarde, mas fechou ainda em baixa, de 0,49%. Na semana, a ação da mineradora subiu 0,22%, ainda cedendo 6,17% no mês e 23,05% no ano.
O nível de fechamento do Ibovespa nesta penúltima sessão do ano foi o mais baixo desde 19 de junho, então aos 120.261,34 pontos. Apesar do ingresso líquido de R$ 2,131 bilhões em recursos estrangeiros na B3 em dezembro, o capital externo acumula saída de R$ 31,681 bilhões em 2024, conforme dados atualizados até dia 23.
Em Nova York, as perdas nos principais índices foram hoje a 1,49% (Nasdaq), com moderada variação na semana, entre +0,35% (Dow Jones) e +0,76% (Nasdaq).
Destaque da agenda doméstica nesta sexta-feira, o IPCA-15 de dezembro, considerado a prévia da inflação oficial do mês, encerrou 2024 com variação de 4,71%, acima do teto da meta, de 4,5%. Em dezembro, subiu 0,34%. "Embora com uma variação em dezembro abaixo das expectativas, o último IPCA-15 do ano confirmou que 2024 foi marcado por pressões inflacionárias consideráveis do ponto de vista de demanda", diz Helena Veronese, economista-chefe da B.Side Investimentos.
"A divulgação de hoje não muda em nada as perspectivas de uma política monetária apertada ao longo do primeiro semestre de 2025", acrescenta a economista. Ela menciona que, a despeito da leitura mais baixa e de uma composição benigna no IPCA-15, há "pressões relevantes contratadas para a inflação de curto prazo", com nível de ocupação no mercado de trabalho em máximas históricas e crescimento do rendimento médio real.
No noticiário de Brasília, conforme antecipado ontem à noite pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), a Câmara dos Deputados enviou hoje documento ao Supremo Tribunal Federal (STF), em resposta à determinação do ministro Flávio Dino de bloquear R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares na última segunda-feira, 23, alegando falta de transparência.
O documento de hoje cita que o procedimento adotado pelos líderes da Câmara foi considerado legal, mencionando pareceres da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Casa Civil, além da análise de quatro ministérios - Fazenda, Planejamento, Gestão e Relações Institucionais. Ao determinar a suspensão, Dino avalia que houve "apadrinhamento" das emendas por líderes partidários, o que, na prática, impede a identificação dos parlamentares que fizeram os pedidos de distribuição.
Por sua vez, o ministro Flávio Dino afirmou hoje que a Câmara dos Deputados deixou de fornecer "informações imprescindíveis" sobre as emendas bloqueadas, e pediu novos esclarecimentos para viabilizar o pagamento dos recursos. Dino deu prazo até as 20h desta sexta-feira, 27, para que as respostas sejam dadas pela Câmara. Os recursos estavam previstos para pagamento até o fim do ano.