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Advogado: tiros disparados em ação da PRF foram para atingir a família

do UOL

Do UOL, em São Paulo

26/12/2024 12h25

Os tiros disparados por agentes da PRF (Polícia Rodoviária Federal), em uma abordagem ocorrida na Baixada Fluminense, na véspera de Natal, foram para atingir os ocupantes do veículo, afirmou o advogado da família, Ademir Claudino, no UOL News, do Canal UOL, nesta quinta-feira (26).

Os disparos atingiram principalmente o vidro traseiro do veículo, porta-malas e o ponto do veículo. Não sou perito, mas, ao nosso ver, esses disparos foram para atingir os ocupantes e não para tentar atingir o veículo. Ademir Claudino, advogado da família

Juliana Leite Rangel levou um tiro na cabeça durante uma operação da PRF na rodovia Washington Luís (BR-040). Ela seguia para Niterói, onde passaria a ceia de Natal com a família. O pai da menina, que dirigia o veículo, contou que, assim que ouviu a sirene da viatura, deu seta imediatamente indicando que iria encostar o carro, mas que os agentes já foram disparando vários tiros. Ela foi levada para o hospital, passou por cirurgia e o seu estado de saúde é considerado gravíssimo.

Os policiais confirmaram que fizeram os disparos, segundo apurou a GloboNews. A Corregedoria-Geral da PRF determinou o afastamento preventivo dos agentes de todas as atividades operacionais. A PF também abriu uma investigação sobre a abordagem.

No UOL News, o advogado contou ainda que um dos tiros furou o pneu, mas garantiu que ele entrou pelo porta-malas do veículo.

Um pneu furou, mas pelo que eu vi —eu estive no local na noite que aconteceu, cheguei lá por volta das 22 horas, o senhor Alexandre [pai da jovem] ainda estava lá ferido— esse projétil entrou pelo porta-malas do veículo. Ademir Claudino, advogado da família

Claudino disse que aguarda a equipe médica para tentar uma transferência da jovem para um hospital particular

Estamos aguardando aqui as respostas nesse momento [dos médicos], inclusive quanto à possibilidade de tentar uma transferência dela para um hospital particular. Não que ela não esteja sendo bem assistida aqui.

A gente vai tentar a transferência dela para um hospital particular e tentar uma liminar junto à Justiça Federal para que a União custe todo o gasto que será necessário para o atendimento da Juliana. Ademir Claudino, advogado da família

Família achou que estava sendo abordada por criminosos

Deyse Rangel, mãe de jovem baleada, contou que, inicialmente, a família pensou que os tiros eram fogos de artifício. "Quando eles começaram a atirar no carro, a gente imaginou que era bombinha, fogos. Na época de Natal, né? Foi só quando a gente viu o vidro quebrando que a gente percebeu que era tiro."

A mulher relatou ainda que uma viatura da PM chegou logo em seguida, pensando, pelo barulho dos tiros, que se tratava de um assalto. "Foi a PM que passava pela rua que pegou para ver se a Juliana estava viva ainda. Estava, aí eles pediram ajuda para colocá-la dentro do carro, para socorrer."

Sakamoto: 'tiro dado por PM à queima-roupa em jovem em SP é cena bizarra'

No UOL News, o colunista Leonardo Sakamoto classificou o tiro disparado por um PM à queima-roupa em jovem que gravava a ação policial, em São Paulo, como cena trágica, bizarra e inaceitável e algo comum nas periferias da capital paulista.

O que aconteceu em Osasco é uma cena trágica, bizarra, bisonha e inaceitável, e acontece diariamente na periferia das grandes cidades de São Paulo. Isso aí é o padrão. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Um policial militar foi flagrado dando um tiro à queima-roupa em um jovem de 24 anos, na noite de ontem (25), enquanto ele gravava a abordagem ocorrida no bairro Jardim d'Abril, na zona oeste da capital paulista. Após ser atingido, o rapaz cai no chão e é socorrido por outras pessoas que estavam no local. Não há informações sobre o seu estado de saúde. Consultada, a SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública de São Paulo) disse que o rapaz tentou tirar a arma do policial, mas não é possível verificar a suposta ação em imagens que circulam nas redes sociais.

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