Advogado: tiros disparados em ação da PRF foram para atingir a família
Os tiros disparados por agentes da PRF (Polícia Rodoviária Federal), em uma abordagem ocorrida na Baixada Fluminense, na véspera de Natal, foram para atingir os ocupantes do veículo, afirmou o advogado da família, Ademir Claudino, no UOL News, do Canal UOL, nesta quinta-feira (26).
Os disparos atingiram principalmente o vidro traseiro do veículo, porta-malas e o ponto do veículo. Não sou perito, mas, ao nosso ver, esses disparos foram para atingir os ocupantes e não para tentar atingir o veículo. Ademir Claudino, advogado da família
Juliana Leite Rangel levou um tiro na cabeça durante uma operação da PRF na rodovia Washington Luís (BR-040). Ela seguia para Niterói, onde passaria a ceia de Natal com a família. O pai da menina, que dirigia o veículo, contou que, assim que ouviu a sirene da viatura, deu seta imediatamente indicando que iria encostar o carro, mas que os agentes já foram disparando vários tiros. Ela foi levada para o hospital, passou por cirurgia e o seu estado de saúde é considerado gravíssimo.
Os policiais confirmaram que fizeram os disparos, segundo apurou a GloboNews. A Corregedoria-Geral da PRF determinou o afastamento preventivo dos agentes de todas as atividades operacionais. A PF também abriu uma investigação sobre a abordagem.
No UOL News, o advogado contou ainda que um dos tiros furou o pneu, mas garantiu que ele entrou pelo porta-malas do veículo.
Um pneu furou, mas pelo que eu vi —eu estive no local na noite que aconteceu, cheguei lá por volta das 22 horas, o senhor Alexandre [pai da jovem] ainda estava lá ferido— esse projétil entrou pelo porta-malas do veículo. Ademir Claudino, advogado da família
Claudino disse que aguarda a equipe médica para tentar uma transferência da jovem para um hospital particular
Estamos aguardando aqui as respostas nesse momento [dos médicos], inclusive quanto à possibilidade de tentar uma transferência dela para um hospital particular. Não que ela não esteja sendo bem assistida aqui.
A gente vai tentar a transferência dela para um hospital particular e tentar uma liminar junto à Justiça Federal para que a União custe todo o gasto que será necessário para o atendimento da Juliana. Ademir Claudino, advogado da família
Família achou que estava sendo abordada por criminosos
Deyse Rangel, mãe de jovem baleada, contou que, inicialmente, a família pensou que os tiros eram fogos de artifício. "Quando eles começaram a atirar no carro, a gente imaginou que era bombinha, fogos. Na época de Natal, né? Foi só quando a gente viu o vidro quebrando que a gente percebeu que era tiro."
A mulher relatou ainda que uma viatura da PM chegou logo em seguida, pensando, pelo barulho dos tiros, que se tratava de um assalto. "Foi a PM que passava pela rua que pegou para ver se a Juliana estava viva ainda. Estava, aí eles pediram ajuda para colocá-la dentro do carro, para socorrer."
Sakamoto: 'tiro dado por PM à queima-roupa em jovem em SP é cena bizarra'
No UOL News, o colunista Leonardo Sakamoto classificou o tiro disparado por um PM à queima-roupa em jovem que gravava a ação policial, em São Paulo, como cena trágica, bizarra e inaceitável e algo comum nas periferias da capital paulista.
O que aconteceu em Osasco é uma cena trágica, bizarra, bisonha e inaceitável, e acontece diariamente na periferia das grandes cidades de São Paulo. Isso aí é o padrão. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
Um policial militar foi flagrado dando um tiro à queima-roupa em um jovem de 24 anos, na noite de ontem (25), enquanto ele gravava a abordagem ocorrida no bairro Jardim d'Abril, na zona oeste da capital paulista. Após ser atingido, o rapaz cai no chão e é socorrido por outras pessoas que estavam no local. Não há informações sobre o seu estado de saúde. Consultada, a SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública de São Paulo) disse que o rapaz tentou tirar a arma do policial, mas não é possível verificar a suposta ação em imagens que circulam nas redes sociais.
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