Ibovespa avança com IRB(Re) em destaque e liquidez reduzida
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em leve alta nesta quinta-feira, com as ações do IRB(Re) capitaneando os ganhos com um salto de cerca de 11%, em sessão com liquidez reduzida após dois dias de pausa nas negociações em razão do Natal.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,26%, a 121.077,5 pontos, tendo marcado 120.427,86 pontos na mínima e 121.611,92 na máxima do dia. O volume financeiro somou 16,18 bilhões de reais, abaixo da média diária de dezembro, de 30,6 bilhões; e do ano, de 24,1 bilhões.
De acordo com o analista Gabriel Mollo, da Daycoval Corretora, a queda na liquidez não é uma surpresa, uma vez que na semana entre o Natal e o Ano Novo há redução significativa no volume de negócios e na volatilidade.
Entre as notícias no radar dos agentes no dia, ele destacou a decisão de segunda-feira do ministro do STF Flávio Dino de suspender o pagamento de 4,2 bilhões de reais em emendas parlamentares.
A decisão, segundo Mollo, tem um viés negativo e teve um efeito de alta nas taxas dos DIs, dado o risco de retaliação de parlamentares. Informações na mídia relacionavam uma reunião convocada pelo presidente da Câmara dos Deputados à decisão.
Com o movimento na curva de juros, ações de empresas de setores cíclicos, como Magazine Luiza e CVC Brasil, sofreram, mas outros papéis resistiram e fecharam em alta, como Petz e MRV&Co.
A performance das ações de bancos de varejo, ente elas as preferenciais de Itaú Unibanco, bem como os papéis da Petrobras, segundo Mollo, ajudaram a blindar o Ibovespa.
Ele ainda destacou o leilão de dólares realizado pelo Banco Central, que ajudou na queda da moeda norte-americana, que fechou o dia com declínio de 0,11%, a 6,1779 reais.
O penúltimo pregão da semana ainda contou com dados do Tesouro Nacional mostrando que a dívida pública federal subiu 1,85% em novembro ante outubro, a 7,2 trilhões de reais, com elevação de custo e redução do prazo médio dos papéis.
DESTAQUES
- IRB(RE) ON disparou 11,3%, registrando máximas desde meados de novembro, tendo de pano de fundo relatório do BTG Pactual no começo da semana citando a ação como uma das suas melhores apostas para o próximo ano. "Os resultados de subscrição devem continuar melhorando em 2025, o que, combinado com uma Selic muito maior, significa que a ação sendo negociado a um múltiplo preço sobre lucro estimado para 2025 muito baixo", afirmaram os analistas do banco de investimentos.
- BRAVA ENERGIA ON saltou 6,64%, recuperando boa parte da perda do último pregão, quando a ação desabou 7,67% após a Petrobras rescindir contrato de venda dos campos de Uruguá e Tambaú, ambos localizados em águas profundas no pós-sal da Bacia de Santos, para a companhia. A venda dos campos havia sido acertada com a Enauta, hoje denominada Brava, após fusão com a 3R Petroleum. O valor do negócio, assinado em dezembro do ano passado, havia sido de 35 milhões de dólares.
- ITAÚ UNIBANCO PN valorizou-se 0,65%, após decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) e do Banco Central de adotar um cronograma de transição para incorporar os impactos no capital regulatório relacionados ao novo modelo de provisionamento de instituições financeiras, que entra em vigor em 1º de janeiro. BANCO DO BRASIL ON subiu 1,17%, BRADESCO PN ganhou 0,78% e SANTANDER BRASIL UNIT avançou 0,98%.
- PETROBRAS ON fechou em alta de 0,38%, apesar da piora dos preços do petróleo no exterior, com o barril de Brent terminando a sessão com declínio de 0,43%. PETROBRAS ON subiu 1,26%.
- VALE ON avançou 0,29%, também descolando da fraqueza dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na bolsa de Dalian encerrou as negociações diurnas em queda de 0,06%, a 776,5 iuanes (106,38 dólares) a tonelada métrica.
- CVC BRASIL ON recuou 7,74%, pressionada pala alta nas taxas dos contratos de DI, que tende a ser negativa para ações de empresas de setores cíclicos ou com elevados níveis de endividamento - ou os dois fatores. No mesmo contexto, MAGAZINE LUIZA ON caiu 6,45%.
- CAIXA SEGURIDADE ON perdeu 3,28%, após a sua controladora, a Caixa Econômica Federal, anunciar que concluiu a contratação dos bancos que vão assessorar a instituição em uma eventual oferta pública secundária subsequente de ações de sua divisão de seguros. Os bancos contratados para auxiliar a Caixa sobre a viabilidade de uma eventual operação, além do próprio banco estatal, são Itaú BBA, BTG Pactual, Bank of America Merrill Lynch e UBS Brasil.