França decreta dia de luto nacional em homenagem às vítimas do ciclone Chido
Mais de uma semana após a passagem do ciclone Chido pelo oceano Índico, a França terá, nesta segunda-feira (23), um dia de luto nacional em homenagem às vítimas da catástrofe. O fenômeno deixou um rastro de destruição principalmente em Mayotte, território francês onde mais de 30 mortes foram confirmadas, e em Moçambique, onde o balanço de vítimas fatais já passa de 90.
As bandeiras da França serão hasteadas a meio mastro nesta segunda-feira para lembrar as vítimas do ciclone. A medida, anunciada pelo presidente francês Emmanuel Macron durante sua visita a Mayotte, é relativamente rara no país. Esta é a décima vez, desde 1958, quando teve início a chamada 5ª República, que uma jornada de luto nacional é declarada na França.
O ritual, usado geralmente para marcar a morte de chefes ou ex-chefes de Estado, passou a ser utilizado também para lembrar outros acontecimentos importantes, como atos terroristas. Foi o que aconteceu em 2001 após os atentados de 11 de setembro nos Estados Unidos, e na sequência dos ataques terroristas na França, duas vezes em 2015 e uma vez em 2016.
Com o ciclone Chido, pela primeira vez desde a 5ª República um dia de luto nacional é decretado em razão de um desastre climático. Antes disso, apenas as inundações de 1930 na França, que deixaram centenas de mortos, tiveram um dia de luto nacional.
As regras para esse tipo de ritual mudam em função da situação. Mas geralmente, além das bandeiras a meio mastro, um minuto de silêncio é respeitado, principalmente nas escolas e repartições públicas. No caso do ritual pelas vítimas do ciclone, o governo francês incita a população a prestar homenagens às 11h pelo horário local (7h em Brasília).
Número de mortos vítimas do ciclone ainda é incerto
Enquanto isso, em Mayotte, as autoridades ainda tentam contabilizar o número de vítimas e os danos materiais provocados pela passagem do ciclone. O balanço provisório de mortos no território francês é de 35, com 2.500 feridos, 78 deles em estado grave, de acordo com os últimos dados do ministério francês do Interior. No entanto, as autoridades apontam que o balanço de vítimas ainda pode evoluir.
Mas o maior saldo de vítimas até agora foi registrado em Moçambique, onde 94 pessoas morreram, de acordo com o balanço oficial divulgado neste domingo (22). Quase 700 pessoas ficaram feridas e mais de 100 mil casas foram destruídas nesse país lusófono da África.
Depois de atravessar Mayotte e Moçambique, o ciclone Chido perdeu força, mas ainda causou mortes e estragos em sua passagem por Malawi, onde as autoridades contabilizaram 13 vítimas fatais e pelo menos 30 feridos.
(Com agências)