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Quem é o homem que matou menino de 10 anos e disse que 'invejava crianças'

Luis Fernando Silla de Almeida, 46, traiu a confiança que a família de Mateus depositava nele - Reprodução/TV Tem/SBT
Luis Fernando Silla de Almeida, 46, traiu a confiança que a família de Mateus depositava nele Imagem: Reprodução/TV Tem/SBT
do UOL

Colaboração para o UOL

21/12/2024 05h30

Luis Fernando Silla de Almeida, 46, que confessou ter matado o menino Mateus Valim, 10, em Assis, interior de São Paulo, foi descrito pela polícia como um homem solitário, com histórico de comportamentos estranhos e que frequentava a casa da vítima.

O que aconteceu

Almeida era um vizinho próximo da família de Mateus. Frequentava a casa, ajudava em pequenos reparos e, segundo o delegado Tiago Bérgamo, "era amigo da família".

Sua presença constante criou uma relação de confiança que foi traída. Ele consertava bicicletas para as crianças do bairro, criando uma imagem de acessibilidade que mascarava um comportamento potencialmente perigoso.

Para o delegado, esse vínculo de proximidade foi comparado a um "cavalo de Troia", uma figura aparentemente benigna que escondia intenções sombrias. A própria família de Mateus disse em depoimento ter sido pega de surpresa pelo crime, explicou o delegado, em entrevista coletiva. As informações são do SBT Central.

Almeida vivia sozinho e não possuía filhos nem relacionamentos aparentes. Sua interação social era limitada, com maior foco nas crianças da vizinhança e raros contatos com adultos. A casa onde vivia foi descrita como desorganizada, repleta de objetos acumulados, evidenciando um comportamento de acumulador.

Esse isolamento pode ter contribuído para sua vulnerabilidade emocional e psicológica, levando a comportamentos perigosos, comentou Bérgamo. Almeida era descrito por vizinhos como uma figura excêntrica, mas até então não considerada uma ameaça real.

Inveja das crianças

Durante os depoimentos à polícia, Almeida afirmou sentir "inveja da felicidade das crianças" e alegou ouvir vozes que o incentivaram ao crime. Ele declarou possuir um laudo de esquizofrenia, mas a polícia ainda não conseguiu confirmar a existência desse documento.

A motivação inicial apontada pela investigação sugere que o crime pode ter ocorrido em meio a um desentendimento entre ele e o menino. Há, ainda, a suspeita de tentativa de abuso sexual frustrada, mas essa possibilidade segue sob apuração devido ao sigilo decretado pela Justiça.

Investigações na casa do suspeito revelaram animais mortos, como galos decapitados. O delegado, porém, descartou qualquer indício de "rituais de magia negra". Um mês antes do crime, uma câmera capturou um homem escalando uma casa para observar crianças dormindo. A pessoa que forneceu as imagens acredita que o homem era Almeida.

Relembre o caso

Mateus saiu de casa no dia 11 de dezembro para andar de bicicleta e não voltou. Dias depois, Almeida confessou o crime. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que o menino passa de bicicleta por uma rua antes de desaparecer.

Ele contou à polícia que, após atrair o menino para uma área de mata, usou uma pedra para agredi-lo e, posteriormente, uma serra para desmembrar o corpo. Até o momento, partes do corpo não foram localizadas, e a polícia segue investigando a motivação. Após o autor confessar à polícia que matou o menino, vizinhos se dirigiram à residência do suspeito e depredaram o imóvel.

O suspeito foi preso após apresentar versões contraditórias durante os interrogatórios. Em determinado momento, confessou o crime e indicou à polícia o local onde descartou partes do corpo de Mateus. A serra usada no desmembramento foi encontrada em sua casa, assim como os chinelos da vítima.

Imagens de câmeras de segurança confirmaram a presença de Almeida na mata onde o crime ocorreu. Esses registros foram fundamentais para consolidar as provas contra ele.

Bérgamo enfatizou que, até o momento, não há evidências de envolvimento de terceiros no crime. Almeida está preso preventivamente na Cadeia Pública de Presidente Venceslau, à disposição da Justiça. Sua defesa não foi localizada pelo UOL, mas o espaço permanece em aberto para futuras manifestações.

Em nota, a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) informou que o caso é investigado, sob segredo de Justiça, pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Assis. "O corpo da criança foi localizado na terça-feira (17), após diligências realizadas com apoio do Canil da Polícia Militar", informou a pasta.

"O autor foi identificado e preso no mesmo dia. A autoridade policial representou pela prisão temporária, deferida pelo Poder Judiciário. O indiciado foi encaminhado à Cadeia Pública de Presidente Venceslau e permanece à disposição da Justiça", declarou a SSP-SP.

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