Veto de Trump e Musk colocam EUA em risco de paralisia orçamentária
A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos rejeitou, nesta quinta-feira (19), um acordo orçamentário apresentado pelos republicanos. O objetivo era evitar a paralisação do governo antes da meia-noite desta sexta-feira (20). Na terça-feira, o presidente Câmara dos Deputados, Mike Johnson, anunciou que havia chegado a um consenso com os democratas, mas a proposta foi rejeitada por Donald Trump e o milionário Elon Musk, que integra sua futura equipe.
Os congressistas republicanos, que têm maioria na Câmara, submeteram uma nova proposta de lei que evitaria o "shutdown" pouco antes do Natal. Para que o texto fosse aceito, seriam necessários dois terços dos votos, mas ele não obteve nem maioria simples. Além dos democratas, 38 republicanos foram contrários ao projeto.
Os Estados Unidos devem renovar regularmente o chamado teto da dívida, que é sua capacidade máxima de endividamento, limitada legalmente. Esse teto só pode ser elevado ou suspenso pelo Congresso.
O presidente da Câmara, o republicano Mike Johnson, está sob pressão dos democratas para voltar ao acordo negociado anteriormente, mas seus partidários rejeitam qualquer texto que não inclua cortes de gastos para compensar as novas ajudas.
A paralisação do governo implicaria no fechamento das agências federais e pode, potencialmente, deixar quase um milhão de trabalhadores sem salários durante o Natal.
A probabilidade do "shutdown" aumentou quando Donald Trump rejeitou o projeto de lei negociado por republicanos e democratas, ao considerá-lo "ridículo e oneroso". Ele exigiu que o projeto de lei aumentasse ou até mesmo eliminasse o teto de endividamento do país, ou protelasse o prazo do teto da dívida até janeiro de 2027.
Elon Musk utiliza rede X para criticar acordo
Elon Musk, doador de campanha e aliado de Trump, utilizou sua rede social X, onde tem 208 milhões de seguidores, para criticar o acordo anterior.
O novo texto mantém as agências federais em funcionamento até meados de março, disse Trump, mas permite ao governo continuar aumentando a dívida, sem passar pelo Congresso, durante dois anos. Além disso, destina 110 bilhões de dólares (R$ 680 bilhões, na cotação atual) em ajuda para catástrofes naturais.
As discussões sobre elevações no teto de endividamento federal normalmente levam semanas. Os democratas, que controlam o Senado, têm poucos incentivos políticos para ajudar os republicanos e insistem que só vão votar pelo pacote que havia sido negociado anteriormente.
A Casa Branca também se pronunciou contra o novo texto antes da votação. "Os republicanos seguem ordens de seus doadores multimilionários, às custas dos trabalhadores americanos que trabalham duro", disse em comunicado a porta-voz do presidente Biden, Karine Jean-Pierre.
(Com informações da AFP)