Opositor venezuelano renuncia a asilo na embaixada da Argentina em Caracas
Um dos seis opositores refugiados na embaixada da Argentina na Venezuela deixou a sede diplomática na quinta-feira (19) e ficar à disposição das autoridades, que concederam liberdade condicional, informou à AFP uma fonte judicial.
Fernando Martínez Mottola foi assessor da aliança de oposição Plataforma da Unidade Democrática (PUD), que denuncia fraude na reeleição do presidente Nicolás Maduro e reivindica a vitória de seu candidato Edmundo González.
Ele se refugiou na embaixada argentina em Caracas poucos dias após as eleições de 28 de julho, ao lado de outros cinco colaboradores da líder da oposição María Corina Machado, todos acusados de conspiração contra o o governo de Maduro.
Martínez Mottola, um homem discreto, "foi de maneira voluntária até o Ministério Público", disse a fonte, que pediu anonimato e confirmou que o opositor está em casa sob um regime de apresentação à Justiça.
"Ele revelou situações de pressão que viveu dentro da embaixada por parte dos outros opositores", acrescentou.
A oposição não respondeu até o momento ao pedido da AFP de um comentário sobre a questão.
Os asilados na embaixada da Argentina denunciam há um mês um "cerco" policial contra a sede diplomática. Eles afirmam que funcionários armados a cercam o local, impedem a entrada de alimentos e cortaram o fornecimento de luz e água.
A embaixada está sem funcionários diplomáticos desde agosto, após a ruptura das relações entre os países como resposta aos questionamentos do governo do presidente argentino Javier Milei sobre a reeleição de Maduro.
A sede estava sendo vigiada pelo Brasil a pedido da Argentina, mas em setembro a Venezuela revogou a permissão. Contudo, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva insiste que mantém a tarefa.
As tensões entre Caracas e Buenos Aires aumentaram ainda mais na última semana, após as detenções de um policial argentino que chegou ao país para uma visita e de um funcionário da embaixada
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© Agence France-Presse