Lira cobra de Lula 'churrasquinho' com deputados para articulação política
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), fez críticas a aliados sobre o "fogo brando" entre integrantes do governo e disse que é necessário melhorar a comunicação interna para garantir o diálogo com o Congresso. Até os 'churrasquinhos' do primeiro mandato foram lembrados.
O que aconteceu
Interferência de um ministro na pasta alheia causa ruídos. Aliados do presidente da Câmara afirmam que o governo precisa ser "mais ativo" nos diálogos internos para evitar atrito entre os ministros. Na avaliação de interlocutores, quando o "governo machuca o governo", todos pagam o preço.
Ministros da Fazenda e Casa Civil são protagonistas de embates no governo. A interlocutores, Lira teria dito que os ministros precisam ser "prestigiados" dentro da sua área porque representam o setor da pasta que ocupam. A fala relembra as tensões entre Fernando Haddad (Fazenda) e Rui Costa (Casa Civil) em relação à agenda econômica do país.
Lula precisa se envolver na articulação política. A cúpula da Câmara avalia que o presidente precisa estar mais próximo dos parlamentares. Aliados de Lira afirmam que o pragmatismo político é bom, mas "carinho, uma atenção, ajudam muito". Parlamentares lembram os primeiros governos do petista e os "churrasquinhos" na Granja do Torto.
Governo enfrenta falhas na articulação política. O ministro das Relações Institucionais Alexandre Padilha é alvo constante de reclamações dos deputados. Durante as negociações para aprovação do ajuste fiscal, deputados reclamaram que o ministro não participou das articulações na Câmara.
Reforma ministerial. Apesar de reconhecerem que as mudanças na Esplanada são uma prerrogativa do presidente, Lira e caciques do centrão têm cobrado mais espaço no governo. A reclamação é de que o PT "é um partido que tem 12% de voto com 80% do comando do país". A avaliação de Lira a aliados é de que isso "não funciona, tá errado".
Lula destrava votações. Lira e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), estiveram com o chefe do Executivo pouco antes da cirurgia na cabeça para ajustar a votação do pacote de corte de gastos.