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Justiça francesa condena cúmplices de assassinato de professor decapitado em 2020

20/12/2024 18h29

A Justiça francesa condenou, nesta sexta-feira (20), a até 16 anos de prisão, oito pessoas que teriam vínculos com a decapitação do professor de ensino médio Samuel Paty em 2020.

O tribunal condenou a 16 anos Naïm Boudaoud e Azim Epsirkhanov por cumplicidade no assassinato, bem como os autores da "campanha de ódio" contra o professor, Brahim Chnina e Abdelhakim Sefrioui, a 13 e 15 anos de prisão, respectivamente.

A morte de Paty, professor de História e Geografia, chocou a França. Abdoullakh Anzorov o decapitou em 16 de outubro de 2020 perto da escola onde ele lecionava, em Conflans-Sainte-Honorine, a noroeste de Paris, antes que a polícia o neutralizasse.

Na véspera do ataque, Anzorov e seus dois amigos viajaram a Rouen, no oeste da França, para comprar a faca usada para decapitar o professor de 47 anos e que foi encontrada na cena do crime. Boudaoud também o levou em um carro até o centro educativo. 

Anzorov, um refugiado russo de origem chechena de 18 anos, reprovava Paty por ter exibido caricaturas do profeta Maomé, publicadas pela revista satírica Charlie Hebdo, em uma aula sobre liberdade de expressão.

Chnina, de 52 anos, publicou várias mensagens nas redes sociais e um vídeo contra o professor, depois que sua filha, aluna do centro de ensino, mentiu para ele ao assegurar que Paty discriminou os estudantes muçulmanos naquele dia.

Em outro vídeo, o pregador islamista Sefrioui também classificou de "delinquente" o professor e, junto com Chnina, compareceu ao centro de ensino oito dias antes do assassinato, embora ambos tenham negado qualquer "intenção terrorista".

Os outros quatro condenados, entre eles uma mulher, pertencem à "jihadosfera" que estava em contato com Anzorov nas redes sociais. 

O tribunal condenou Priscilla Mangel, de 36 anos, a três anos de prisão com suspensão de pena por incitação ao terrorismo, e Yusuf Cinar, de 22, a um ano de prisão por apologia ao terrorismo.

Também condenou Ismaël Gamaev, de 22 anos, o único dos oito acusados que admitiu sua culpabilidade, a cinco anos de prisão, com 30 meses de suspensão de pena, e Louqmane Ingar a três anos de prisão, dois deles com suspensão de pena.

Além disso, um tribunal de menores condenou por esses fatos, em dezembro de 2023, seis estudantes do ensino médio a penas de até seis meses de prisão. Cinco deles por vigiar o entorno do centro e indicar a Anzorov quem era Paty, e a filha de Chnina por calúnia.

aje/tjc/jvb/sag/rpr

© Agence France-Presse

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