Haddad vê normalidade em comentários de ministros, partidos e setores sobre política monetária
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que há uma diferença entre comentários e pressão sobre o nível da taxa de juros. "Pressão é quando você desrespeita a institucionalidade e isso nunca aconteceu. Mantive uma relação de dois anos com uma pessoa indicada pelo governo anterior", disse, sem mencionar o nome do atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Durante café da manhã com jornalistas nesta sexta-feira, 20, Haddad também disse acreditar que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em seu 10º ano de mandato, nunca foi acusado por algum presidente do Banco Central de desrespeito à institucionalidade da autoridade monetária.
"Henrique Meirelles contou em livro que em oito anos recebeu um telefonema do presidente e negou o pedido. Mais do que isso é impossível, e lá ele não tinha autonomia legal, mas de fato, não de direito, e mesmo assim Lula respeitou a institucionalidade do banco, e não foi diferente agora nos últimos dois anos", disse Haddad. "Numa democracia, as pessoas falam. Do mesmo jeito que um pede corte de gastos, outro pede queda de juros, ou aumento de gastos, normal. Os analistas, cidadãos e partidos vão se manifestar sobre decisões do BC, da Fazenda, é natural que seja assim", concluiu.