Governo da Malásia retoma buscas do voo MH370 dez anos após a queda
O governo da Malásia aprovou a retomada das buscas pela aeronave do voo MH370, da companhia Malaysia Airlines, que desapareceu misteriosamente há 10 anos. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (20) pelo ministro dos Transportes do país, Anthony Loke.
"A proposta de uma operação de busca por parte da empresa americana de exploração Ocean Infinity merece ser levada em consideração", declarou Loke à imprensa. Segundo ele, no dia 13 de dezembro, os ministros do governo malaio "concordaram, em princípio, em aceitar a proposta da Ocean Infinity".
A empresa, com sedes nos Estados Unidos e no Reino Unido, propõe realizar as buscas "em uma nova área de 15.000 quilômetros quadrados no sul do Oceano Índico", com o objetivo de encontrar a fuselagem do avião, as caixas-pretas e outros destroços.
A Ocean Infinity é especializada em robótica marinha e suas equipes estão sediadas principalmente no Texas e na Inglaterra. O governo da Malásia não pagará nada se não encontrar o avião, como prevê o contrato de 18 meses, acrescentou Loke.
Kuala Lumpur já havia solicitado a empresa em 2018 para procurar a aeronave, mas sem resultado. "A nova área de pesquisa proposta pela Ocean Infinity é baseada nas informações mais recentes e análises de dados conduzidas por especialistas e pesquisadores", assegurou o ministro dos Transportes malaio.
Uma das cláusulas do contrato prevê o pagamento de US$ 70 milhões caso sejam obtidos "resultados significativos". "Nossa responsabilidade, nossa obrigação e nosso compromisso são com os familiares. Esperamos que desta vez ele seja positivo, os destroços sejam encontrados e as famílias possam virar a página."
As longas operações de busca realizadas por uma equipe australiana, e em seguida pela Ocean Infinity durante vários anos no sul do Oceano Índico, não permitiram esclarecer as causas do acidente.
Acidente é alvo de várias teorias
O desaparecimento do avião tem sido alvo de várias teorias. Uma delas inclui uma decisão inusitada durante o voo do piloto Zaharie Ahmad Shah, um profissional experiente, que tinha 53 anos.
O sistema ACARS (Aircraft Communication Addressing And Reporting System), que permite a troca de informações entre a aeronave em voo e o centro operacional de uma companhia aérea, emitiu um último sinal às 01h07. A desativação desse sistema só pode ser feita pelo piloto ou alguém infiltrado no cockpit, segundo especialistas, mas essa hipótese por enquanto não foi comprovada no caso do voo MH370.
Um relatório publicado pela Malásia em 2018 destacou as falhas do controle de tráfego aéreo e disse que a trajetória do avião foi alterada manualmente, mas não chegou a conclusões definitivas.
No dia 8 de março de 2014, o avião, um Boeing 777 que decolou de Kuala Lumpur com destino a Pequim com 239 pessoas a bordo, desapareceu misteriosamente.
Até agora, nenhum vestígio foi encontrado em uma área de 120.000 quilômetros quadrados no sul do Oceano Índico, o maior raio de busca na história da aviação.
Mais de 150 passageiros chineses estavam a bordo do avião. Seus parentes entraram na Justiça para pedir indenizações à Malaysia Airlines, à Boeing, fabricante de motores de aeronaves Rolls Royce, e à seguradora Allianz, entre outros.
(Com informações da AFP)