Defensor das baleias Paul Watson chega à França após ser libertado pela Dinarmaca
O defensor das baleias Paul Watson chegou nesta sexta-feira (20) à França após passar cinco meses detido na Dinamarca, país que na terça-feira rejeitou um pedido de extradição do Japão.
O ativista, que tem 74 anos e nacionalidade americana e canadense, recebeu um grande apoio na França, cujas autoridades pediram à Dinamarca que não o extraditasse por uma ação contra um navio baleeiro em 2010.
Watson, que pediu a nacionalidade francesa e também recebeu apoio do presidente francês, Emmanuel Macron, foi libertado após uma grande campanha a seu favor.
O defensor das baleias aterrissou no aeroporto Charles de Gaulle, nos arredores de Paris, antes das 11h pelo horário de Brasília, segundo uma fonte aeroportuária, e foi recebido com aplausos por um pequeno grupo de apoiadores. Uma mulher lhe entregou um balão.
O ativista agradeceu em francês e inglês, mas deixou o aeroporto sem fazer declarações.
"Não esperávamos que ele fosse libertado, principalmente antes do Natal", declarou Gabriela Cabrera, uma voluntária de 49 anos da organização Sea Shepherd, fundada por Watson.
Outra simpatizante, Laurence Huygues-Despointes, comentou que queria agradecer a Macron.
"Criticamos muito (Macron), mas se posicionou por ele (Watson) e espero que ele obtenha a nacionalidade francesa", disse esta mulher de 68 anos.
Watson foi detido em 21 de julho em Nuuk, capital da Groenlândia, um território pertencente à Dinamarca, após a reativação de um mandado de prisão emitido pelo Japão em 2012 através de uma notificação da Interpol.
- "Me sinto bem" -
Watson fundou a ONG Sea Shepherd e a Fundação Capitão Paul Watson (CPWF, na sigla em inglês).
Hábil em conseguir publicidade, tornou-se famoso por suas táticas de "ação direta", como atacar barcos utilizando armas acústicas, canhões de água e bombas de mau cheiro.
Quando foi libertado na terça-feira, Watson havia anunciado sua intenção de retornar à França, onde vive sua família.
Watson recebeu apoio da opinião pública e de ativistas, incluindo da ilustre primatologista britânica Jane Goodall.
Tóquio acusa Watson de ferir um membro da tripulação japonesa que caçava baleias a bordo do navio "Shonan Maru 2" em 2010 com uma potente bomba de gás lacrimogêneo contendo ácido butírico.
Mas os advogados do ativista afirmam que possuem imagens que demonstram que o membro da tripulação não estava a bordo quando o artefato foi lançado.
Uma manifestação em apoio a Watson ocorrerá na capital francesa no sábado à tarde.
O governo japonês expressou sua consternação na quarta-feira pela libertação de Watson.
Os defensores da caça às baleias acusam seus críticos de hipocrisia devido aos métodos utilizados para produzir grande parte dos milhões de toneladas de carne de outros animais consumidos a cada ano.
amb-as/sjw/bc/sag/an/jb/dd
© Agence France-Presse