Preso, vereador eleito que jogou dinheiro pela janela é diplomado na Bahia
Conhecido por ter jogado pela janela uma sacola com dinheiro vivo no dia em que foi preso, o vereador eleito por Campo Formoso (BA) Francisco Nascimento (União Brasil) foi diplomado por procuração na última quinta-feira (12) em Salvador.
O que aconteceu
Diplomação ocorreu dois dias após prisão pela Polícia Federal. A informação foi confirmada pelo advogado do vereador ao UOL. A formalidade, que ocorre antes da posse, é uma confirmação da Justiça Eleitoral de que o candidato foi mesmo eleito. A diplomação pode ser feita por procuração, segundo regras do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Ele foi eleito em outubro, com 2.250 votos.
Defesa de Nascimento estuda forma de o vereador tomar posse. Uma das possibilidades estudadas é que ele seja empossado no ano que vem por videoconferência feita da prisão.
Francisquinho, como é conhecido, foi preso pela Operação Overclean, que investigou fraudes em licitações e desvios de recursos públicos. Desde então, está preso no Centro de Observação Penal de Salvador.
Vereador eleito é suspeito de receber propina, favorecendo empresários em contratos com a prefeitura. A defesa do vereador não se manifesta sobre as acusações e afirma não ter tido acesso ao conteúdo integral das provas coletadas na investigação.
Dinheiro pela janela
Nascimento estava em apartamento de Salvador quando foi flagrado pela PF. Durante a operação que o prendeu, o vereador arremessou uma bolsa com cerca de R$ 250 mil em maços com notas de R$ 100, segundo os investigadores.
Antes de se candidatar a vereador, ele foi secretário executivo da prefeitura. Campo Formoso é administrada por seu primo, Elmo Nascimento (União Brasil), prefeito reeleito este ano no segundo turno com pouco mais de 62% dos votos.
Família do vereador é ligada à política. Elmo é irmão e Francisco é primo do deputado federal Elmar Nascimento (União-BA), um dos líderes do centrão.
Nascimento declarou patrimônio de R$ 213.144,61. Ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ele afirmou ter R$ 40 mil em espécie, US$ 1.500 e 2.500 euros também em espécie, uma casa de 370 m² e 51% de CNPJ vinculado à empresa Laboratório de Análises Clínicas São Francisco LTDA, em participação equivalente a R$ 25.500.
Ele próprio foi o único doador de sua campanha. O então candidato a vereador doou a si mesmo R$ 2.000, tendo utilizado a maior parte do valor para publicidade em material impresso.