Josias: Liberado para ir a Brasília, Lula terá reunião breve com ministros
O presidente Lula foi liberado pelos médicos para voltar a Brasília após realizar novos exames, e agora terá uma reunião breve e apenas com os ministros mais próximos, declarou o colunista Josias de Souza no UOL News desta quinta-feira (19).
Ele [Lula] vinha mostrando disposição nos últimos dias, recebendo ministros na sua residência em São Paulo e retorna a Brasília, e vai encontrar uma conjuntura dura de roer. O governo está enfrentando uma animosidade no Congresso Nacional, dificuldades para aprovar o seu pacote. Vamos ter hoje um dia decisivo.
O presidente, estava sendo organizado já, prevendo que o Lula retornaria, um encontro com os ministros. Inicialmente, dizia-se que esse encontro seria na Granja do Torto. Ontem se dizia que o mais provável é que o Lula preferisse fazer no Alvorada, e reduzindo muito. No final do ano passado ele fez uma reunião ministerial que durou nove horas, e o presidente, recém-operado, embora liberado pelos médicos, evidentemente não pode se submeter a uma reunião ministerial de nove horas.
Então, vai se fazer uma coisa menor, é mais confraternização do que reunião de ministros. O presidente, evidentemente, vai dar o seu recado. Prevê-se que ele fale aos ministros, que dê algumas sinalizações, até algumas broncas, mas não vai haver espaço para que muitos ministros se pronunciem durante a reunião. O que se prevê é que só os ministros palacianos ali, o Rui Costa, o Fernando Haddad, talvez. E nada mais.
Vai ser uma reunião breve e a conjuntura não é boa para o Lula. Ele está chegando num momento difícil, enfrenta desconfiança do mercado e chantagem do Congresso Nacional. De fato, vai precisar de muita energia.
Josias de Souza
Josias opinou ainda que o mais adequado para o presidente Lula seria se ausentar de seus próximos compromissos e tirasse uma licença do cargo.
Eu continuo achando que o mais adequado para o presidente, sem que ele se ausentasse das atribuições, é que ele tirasse uma licença, colocasse lá o Alckmin para cuidar da lojinha e orientaria dos bastidores. Mas sem essa fricção.
Se ele não tirou a licença, os seus interlocutores vão entender que ele está apto para o trabalho. E vão incomodá-lo a valer.
Josias de Souza
Sakamoto: Mercado não é entidade divina e parte dele também faz terrorismo
O mercado não é uma entidade divina e intocável e parte dele também realiza terrorismo, opinou o colunista Leonardo Sakamoto.
Então é o seguinte, você tem gente no mercado que sim, tá preocupada! Temos gente no mercado que tá 'panicada'? Sim, tá 'panicada'. Temos gente no mercado seguindo fake news? Sim. E temos gente no mercado especulando loucamente para ganhar dinheiro em cima do sofrimento do país? Sim, também.
E temos gente que tá usando, na verdade, a força do dólar, a força das operações que conta, para fazer pressão, pressão contra a taxação de grandes fortunas, de dividendos no caso e outras coisas mais.
Sim, não dá para dizer que o mercado todo tenha essa escala racional que até o ministro colocou. Eu acredito que tenha nesse processo todo uma análise racional disso, mas o mercado como um todo não tem, não. E a gente tá vendo aí, tem muita coisa doida, sendo que não faz sentido. Só faz sentido por outros processos que fogem da razão pura e simples.
Então o que acontece, a gente só vê propostas, eu não estou circulando que o pobre, que o trabalhador não vai ter que dar sua cota de contribuição com ajuste fiscal, mas olha que loucura, toda vez que a gente vê falar desse tipo de ações, a gente só vê falar de quê? De ações que caem no lombo do trabalhador e das trabalhadoras.
Leonardo Sakamoto
Kupfer: Real é moeda que mais desvaloriza no mundo, e isso não é novidade
O real brasileiro é a moeda que mais se desvaloriza no mundo em relação ao dólar, neste momento, e isso não é novidade, avaliou o colunista José Paulo Kupfer.
Kupfer explicou que há três fatores que alavancam a alta do dólar. Um deles seria o peculiar mercado cambial brasileiro.
O nosso mercado de dólar à vista, de compra e venda, é um mercado pequeno, não está nem entre os 20 maiores do mundo em volume diário. Porém, o mercado de derivativos de dólar, de contratos de dólar na bolsa brasileira, na B3, é o segundo maior do mundo. Só perde para os Estados Unidos.
Então, o que acontece? Esse mercado de derivativos de dólar, onde se negocia contratos de dólar em reais, não entra dólar nesse mercado, ele por ser muito mais líquido, muito maior do que o mercado à vista, e isso é uma jabuticaba brasileira, ele é que forma o preço do mercado à vista.
Então, a moeda brasileira, o real, neste momento, é a que mais desvaloriza no mundo. Isso aí não é novidade. Toda vez que o dólar tem movimento de valorização no mundo inteiro a moeda brasileira é a que mais valoriza ou pelo menos uma das três que mais valoriza porque tem essa peculiaridade: mercado de derivativos de contratos de dólar em real na bolsa brasileira. José Paulo Kupfer, colunista do UOL
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