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PM chuta homem já rendido no chão em Paraisópolis: 'Vou matar todo mundo'

do UOL

Do UOL, em São Paulo

18/12/2024 11h46Atualizada em 18/12/2024 12h38

Uma policial militar foi flagrada em vídeo dando chutes em um homem já rendido no chão na madrugada desta terça-feira (17) em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo.

O que aconteceu

Vídeo mostra agressão de uma PM ao homem já rendido no chão. Deitado com a barriga voltada para o chão e as mãos na cabeça, o homem não esboça reação enquanto é vigiado por um PM. Em seguida, o agente corre em direção a um veículo próximo ao meio-fio. A policial se aproxima, desferindo três chutes no corpo do homem ainda no chão.

Sai do carro! Eu vou matar todo mundo aí nessa porra!
PM aos gritos antes de agressões a homem rendido no chão

Outra ação filmada mostra abordagem em um carro. Imagens feitas por moradores gravam o momento em que um policial militar aponta uma arma na direção de um carro estacionado. Em seguida, outro agente se aproxima. O condutor do veículo então é rendido e retirado do veículo.

"Abordagem não condiz com os protocolos da PM", diz SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública de São Paulo). Em nota, a pasta informou ainda ter aberto investigação preliminar para apurar o caso. "As imagens compartilhadas pela reportagem, assim como as que foram captadas pelas câmeras corporais dos policiais fazem parte das apurações", informou.

PM diz que suspeito atirou durante abordagem, mas episódio não foi citado em ocorrência. Segundo a corporação, o caso ocorreu após perseguição a um veículo com três suspeitos, que teriam atirado contra a viatura. Contudo, a ocorrência foi registrada como desobediência, sem mencionar os tiros citados pela PM.

Moradores contestam versão da PM. "Os moleques estavam em um bar bebendo. Aí teve a abordagem em uma rua escura, de madrugada. Aí, o PM deu um tiro e diz que foi revide. No dia seguinte, já havia um monte de viatura na comunidade", disse uma pessoa que pediu para não ser identificada.

Escalada da violência da PM em SP

A PM de São Paulo tem registrado uma escalada de violência nas últimas semanas. Os casos incluem uma mulher agredida, caso de assassinato com tiro pelas costas por agente de folga, uma criança de 4 anos morta em ação policial na Baixada Santista, e um homem sendo jogado de ponte em abordagem.

Após minimizar casos de violência policial denunciados à ONU em março, Tarcísio de Freitas (Republicanos) pediu investigação rigorosa. O governador de SP afirmou que os episódios de letalidade e abuso da PM serão investigados, mas descartou afastar Guilherme Derrite, secretário da SSP.

Comandante da PM avaliou casos de violência policial como falhas pessoais. "Casos isolados porque a instituição jamais incentiva isso. [Os episódios não aconteceram] por ensinamentos errados, por protocolo mal-entendido. São falhas com a assinatura pessoal de cada uma dessas pessoas envolvidas nestes episódios", disse o coronel Cássio Araújo de Freitas, em entrevista à CNN Brasil.

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