Colômbia tenta atuar como mediador em crise entre Venezuela e Argentina
A Venezuela exigiu salvo-condutos para o ex-vice-presidente equatoriano detido Jorge Glas em troca de conceder a mesma medida a seis opositores do chavismo refugiados na embaixada da Argentina em Caracas, afirmou na terça-feira o chanceler da Colômbia.
Segundo o chefe da diplomacia colombiana, Luis Gilberto Murillo, seu país atuou como mediador para solucionar a crise de vários meses entre o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e seu homólogo argentino, Javier Milei.
Seis colaboradores da líder opositora venezuelana María Corina Machado, incluindo sua chefe de campanha, estão refugiados na missão diplomática argentina em Caracas desde março, acusados de "terrorismo".
"Eles (o chavismo) pediram que a Argentina liberte uma pessoa muito próxima ao governo da Venezuela e também conceda salvo-conduto a Jorge Glas no Equador", disse Murillo.
O chanceler não especificou quando os pedidos foram feitos, nem a qual membro do chavismo se referia.
Glas foi vice-presidente no Equador durante o mandato de Rafael Correa (2007-2017), um forte aliado do falecido ex-presidente venezuelano Hugo Chávez.
Desde 2017, ele cumpria uma condenação por corrupção, mas foi libertado em novembro de 2022 graças a um habeas corpus. No mesmo ano, ele buscou refúgio na embaixada mexicana em Quito.
O México concedeu asilo, mas o presidente do Equador, Daniel Noboa, considera que se trata de um reconhecimento ilegítimo e, em abril de 2024, as forças de segurança equatorianas entraram na representação diplomática para prender Glas novamente, um ato que provocou uma crise entre os dois países.
Argentina e Venezuela têm várias disputas abertas em sua crise diplomática.
Em agosto, Maduro rompeu relações com o país por sua posição nas questionadas eleições de 28 de julho, nas quais ele foi proclamado presidente reeleito em meio a denúncias de fraude.
Desde então, a embaixada argentina na capital venezuelana está sendo protegida pelo Brasil.
Esta semana, um novo episódio foi registrado após a denúncia de Milei sobre o "sequestro" de um gendarme na Venezuela, enquanto funcionários do governo Maduro afirmam que a pessoa era parte de um plano "terrorista".
Segundo a Argentina, os seis opositores refugiados na embaixada do país enfrentam cortes de água e do fornecimento de energia elétrica, restrições na entrada de alimentos e a "presença constante das forças de segurança nas imediações da sede diplomática".
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