Para CNI, dólar deve arrefecer com o andar dos acontecimentos e medidas de redução de gasto
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, disse que o dólar deve arrefecer com o "andar dos acontecimentos", inclusive o avanço das propostas de contenção de despesas que o governo encaminhou ao Congresso. As declarações foram feitas durante coletiva de imprensa do relatório Economia Brasileira 2024-2025, divulgado pela CNI nesta terça-feira, 17.
"Eu acredito que o dólar deve arrefecer com o andar um pouquinho dos acontecimentos, principalmente com essas medidas para conter os gastos. Elas estão no caminho certo? Elas são suficientes? Provavelmente não. E, provavelmente, ficam menos do que suficientes. Eu acho que houve um grande equívoco dentro da nossa leitura, que foi a medida de acompanhamento da medida com relação ao Imposto de Renda, que é um efeito para 2026 e terminou criando mais ruídos de entendimentos do que qualquer outra coisa", disse Alban.
Ele também defendeu a necessidade de mais racionalidade nos gastos públicos de forma geral. "A racionalidade necessária nesse país dos gastos públicos é de Executivo, é de Legislativo, é de Judiciário, é de todos e de todos os grupos. Todos têm que fazer sua contribuição", afirmou.
Mais cedo, ele criticou a elevação dos juros pelo Banco Central e o guidance do Comitê de Política Monetária (Copom), que sinalizou elevação dos juros nas próximas duas reuniões do colegiado, já em 2025.
Para Alban, para o cenário brasileiro do momento, a lógica de aumentar juros para controlar a inflação faria sentido em qualquer situação de teoria econômica, mas é preciso avaliar as características do País antes dessa tomada de decisão.
"Eu não me lembro, em nenhum momento de reuniões do Copom se especificarem os aumentos das próximas duas reuniões. Eu não me lembro de ter visto isso. E ainda puseram uma especificação alta. Eu sempre vi que era dado que existe um viés de alta, um viés de baixa ou um viés neutro. Essa especificação ajuda na expectativa da inflação e do controle da economia? Eu creio que não", disse o presidente da CNI.