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Múcio diz que prisão de Braga Netto era esperada e cita 'constrangimento'

do UOL

Do UOL, em São Paulo

17/12/2024 11h11Atualizada em 17/12/2024 12h45

O ministro da Defesa, José Múcio, disse hoje (17) que a prisão do general da reserva Braga Netto (PL) era esperada. As declarações foram dadas após visita ao presidente Lula (PT), em São Paulo.

O que aconteceu

Forças Armadas estão "constrangidas", afirmou o ministro. "Precisa acabar para gente olhar para frente e tirar a suspeição sobre os inocentes. Cada um entrou nisso com seus CPFs, e temos que preservar o CNPJ das Três Forças."

Prisão de Braga Neto "mexe com militares". Segundo Múcio, "é como se ter um amigo respondendo a um processo". "Você quer que ele pague diante da lei, mas fica constrangido porque ele é um amigo", comentou o ministro. "Ele [Braga Netto] tem muitos colegas da reserva, colegas de turno, está preso no Rio de Janeiro, é o primeiro general de quatro estrelas, mas não é uma surpresa para absolutamente ninguém. Estamos torcendo para que tudo isso passe e possamos olhar para frente."

Ministro disse que foi informado sobre as operações da PF na véspera, mas não sabia dos nomes dos envolvidos. Múcio contou que às 6h15 do sábado, quando o general foi preso, ele recebeu o telefonema do general Tomás Paiva, comandante do Exército, dizendo que uma das operações era na casa de Braga Netto. "Poucas pessoas acreditam que nós não somos avisados", afirmou.

Lula quis saber como estava o "ambiente das Forças", segundo Múcio. A prisão de Braga Netto ocorreu um dia antes da alta do presidente. Quando deixou o hospital, o presidente disse que o ex-ministro de Bolsonaro tem "todo o direito a presunção de inocência".

Aposentadoria dos militares

Múcio disse que conversou brevemente com Lula sobre o PL (projeto de lei) dos militares. "Não tem muito mais o que discutir, isso vai para o plenário e depois vamos nos adaptar", resumiu. O projeto que o governo Lula enviou hoje ao Congresso altera a concessão de benefícios aos militares e determina que o militar precisará ter ao menos 55 anos para se aposentar. Hoje, não há idade mínima para ir à reserva.

A dificuldade de mexer com a aposentadoria de militar é que a promoção de militar é como procissão. Se parar um na frente, para tudo atrás. Temos que ver como adequar isso, porque senão vai acontecer o que chamam de 'empoçamento'. Alguns postos vão ficar 'empoçados', muitos coronéis, muitos majores, muitos capitães, porque a carreira é muito longa.
José Múcio, ministro da Defesa

Segundo dia de Lula após alta

O ministro da Defesa disse que o presidente "está ótimo". Segundo o ministro, Lula "está se movimentando mais do que deveria".

Equipe médica que acompanha Lula foi a primeira a chegar nesta terça-feira. A médica da Presidência da República, Ana Helena Germoglio, e a fonoaudióloga Mônica Bretas chegaram à casa do petista por volta das 8h. Elas não têm falado com a imprensa.

Policiais federais e seguranças à paisana reforçam a segurança da casa desde domingo. Duas moradoras da região do bairro entregaram flores e um cartão para o presidente nesta manhã. Elas conversaram brevemente com os jornalistas e disseram que deixaram os itens para "desejar a pronta recuperação do presidente". Minutos depois, outra mulher também entregou um carta aos seguranças da equipe presidencial.

Previsão é que Lula fique em São Paulo até quinta-feira (19). O presidente deve realizar uma tomografia no hospital Sírio-Libanês, na unidade de São Paulo. Depois disso, retorna a Brasília. Há uma expectativa de uma reunião com ministros na sexta-feira (20).

Os ministros Fernando Haddad, Alexandre Padilha e Rui Costa visitaram Lula ontem (16). Haddad encontrou o presidente para dar informações sobre projetos da pasta que estão no Congresso e que o governo quer ver aprovados até o final deste ano. "Lula fez apelo para que as medidas não sejam desidratadas", disse Haddad. O ministro afirmou que conversou com o presidente sobre a reforma tributária e o pacote de cortes de gastos.

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