Além de Braga Netto: Brasil já teve miliares presos antes da democracia
O general da reserva Walter Braga Netto foi preso no sábado (14) pela Polícia Federal. Ele é alvo do inquérito que investiga o plano de golpe de Estado contra o presidente Lula.
A prisão de um general quatro estrelas em uma investigação de golpe é inédita na atual democracia brasileira, mas outros militares de alta patente já foram presos anteriormente. A seguir, veja quem são:
1922 - Marechal Hermes da Fonseca
Hermes Rodrigues da Fonseca foi ministro da Guerra do governo de Afonso Pena, que durou de 1906 a 1909, e instituiu a Lei do Serviço Militar Obrigatório. Por meio da eleição direta, Hermes da Fonseca foi presidente da República de 1910 até 1914.
Anos depois, foi acusado de conspirar contra o governo de Epitácio Pessoa (presidente de 1919 a 1922), depois de a oposição questionar o resultado eleitoral que consagrou a vitória de Artur Bernardes na disputa pela presidência, em 1922. Fonseca morreu em Petrópolis (RJ) em 9 de setembro de 1923.
1955 - Generais Alcides Etchegoyen e Fiúza de Castro
Naquele ano, uma parte das Forças Armadas envolveu-se na articulação para impedir a posse do então presidente eleito Juscelino Kubitschek e seu vice João Goulart. Os dois generais foram detidos: Etchegoyen ficou internado no hospital militar e Fiúza confinado no gabinete do marechal Lott.
1956 - General Juarez Távora
Em 1956, o ministro de Guerra, general Henrique Teixeira Lott, decretou a prisão domiciliar do general Juarez Távora por 48 horas. A punição aconteceu porque o militar transgrediu a proibição de pronunciamentos políticos por parte de oficiais das Forças Armadas.
1961 - Marechal Teixeira Lott
Lott era contra a tentativa de golpe de ministros militares desfavoráveis à posse de João Goulart como presidente, após a renúncia de Jânio Quadros. O marechal fez um pronunciamento ao povo, pedindo a defesa da Constituição e, por isso, foi preso por se contrapor ao ministro da Guerra —pasta que existia da época.
1964 - General Assis Brasil
Argemiro de Assis Brasil chefiou a Casa Militar do governo João Goulart de outubro de 1963 a abril de 1964. O general acompanhou o então presidente no exílio ao Uruguai após o golpe em 1964.
Quando voltou ao Brasil, no fim do ano, foi imediatamente preso e demitido do Exército.
* Com informações do Atlas da FGV.