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Além de Braga Netto: Brasil já teve miliares presos antes da democracia

General Braga Netto foi preso neste sábado (14) - Marcelo Camargo/Agência Brasil
General Braga Netto foi preso neste sábado (14) Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil
do UOL

Do UOL, em São Paulo

17/12/2024 05h30

O general da reserva Walter Braga Netto foi preso no sábado (14) pela Polícia Federal. Ele é alvo do inquérito que investiga o plano de golpe de Estado contra o presidente Lula.

A prisão de um general quatro estrelas em uma investigação de golpe é inédita na atual democracia brasileira, mas outros militares de alta patente já foram presos anteriormente. A seguir, veja quem são:

1922 - Marechal Hermes da Fonseca

Hermes da Fonseca  - Governo do Brasil via Wikimedia Commons - Governo do Brasil via Wikimedia Commons
Hermes da Fonseca foi preso em 1922
Imagem: Governo do Brasil via Wikimedia Commons

Hermes Rodrigues da Fonseca foi ministro da Guerra do governo de Afonso Pena, que durou de 1906 a 1909, e instituiu a Lei do Serviço Militar Obrigatório. Por meio da eleição direta, Hermes da Fonseca foi presidente da República de 1910 até 1914.

Anos depois, foi acusado de conspirar contra o governo de Epitácio Pessoa (presidente de 1919 a 1922), depois de a oposição questionar o resultado eleitoral que consagrou a vitória de Artur Bernardes na disputa pela presidência, em 1922. Fonseca morreu em Petrópolis (RJ) em 9 de setembro de 1923.

1955 - Generais Alcides Etchegoyen e Fiúza de Castro

Naquele ano, uma parte das Forças Armadas envolveu-se na articulação para impedir a posse do então presidente eleito Juscelino Kubitschek e seu vice João Goulart. Os dois generais foram detidos: Etchegoyen ficou internado no hospital militar e Fiúza confinado no gabinete do marechal Lott.

1956 - General Juarez Távora

O candidato da Frente da Renovação Nacional à Presidência da República, general Juarez Távora, discursa em comício em São Paulo (SP), em setembro de 1955 - Folhapress - Folhapress
General Juarez Távora discursa em comício em São Paulo (SP), em setembro de 1955
Imagem: Folhapress

Em 1956, o ministro de Guerra, general Henrique Teixeira Lott, decretou a prisão domiciliar do general Juarez Távora por 48 horas. A punição aconteceu porque o militar transgrediu a proibição de pronunciamentos políticos por parte de oficiais das Forças Armadas.

1961 - Marechal Teixeira Lott

Marechal Teixeira Lott - Brazilian National Archives via Wikimedia Commons - Brazilian National Archives via Wikimedia Commons
Marechal Teixeira Lott
Imagem: Brazilian National Archives via Wikimedia Commons

Lott era contra a tentativa de golpe de ministros militares desfavoráveis à posse de João Goulart como presidente, após a renúncia de Jânio Quadros. O marechal fez um pronunciamento ao povo, pedindo a defesa da Constituição e, por isso, foi preso por se contrapor ao ministro da Guerra —pasta que existia da época.

1964 - General Assis Brasil

General Assis Brasil acompanhou João Goulart no exílio ao Uruguai  - Wikimedia Commons - Wikimedia Commons
General Assis Brasil acompanhou João Goulart no exílio ao Uruguai
Imagem: Wikimedia Commons

Argemiro de Assis Brasil chefiou a Casa Militar do governo João Goulart de outubro de 1963 a abril de 1964. O general acompanhou o então presidente no exílio ao Uruguai após o golpe em 1964.

Quando voltou ao Brasil, no fim do ano, foi imediatamente preso e demitido do Exército.

* Com informações do Atlas da FGV.

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