Justiça torna réu e mantém preso suspeito de matar porteiro em Perdizes
A Justiça de São Paulo tornou réu e manteve a prisão preventiva (por tempo indeterminado) de Emilio Swoboda Vigatto, suspeito de matar um porteiro a facadas em Perdizes, bairro nobre da zona oeste da capital paulista.
O que aconteceu
Denúncia foi aceita porque há "indícios de autoria e materialidade do delito". A decisão, assinada pela juíza Celina Maria Macedo Stern no dia 13 de dezembro, ainda manteve a prisão de Emilio visto que permanecem os fundamentos que levaram à conversão da prisão em flagrante do acusado para preventiva. O preso morava no prédio onde a vítima, o porteiro Gabriel Araújo, trabalhava e confessou o crime quando foi detido.
Magistrada ainda determinou que o distrito policial responsável pela investigação encaminhe 12 laudos periciais que ainda faltam nos autos. Entre eles estão o exame necroscópico da vítima, o laudo de exame pericial do aparelho celular do réu, das facas apreendidas e confronto entre os itens apreendidos com o acusado —incluindo roupas— com o sangue do porteiro.
Emilio tem 10 dias para apresentar a defesa por escrito, determinou a justiça. Ele ainda deverá informar se tem advogado ou se deseja a nomeação de um defensor público.
A defesa de Emilio não foi encontrada para pedido de posicionamento. O espaço segue aberto para manifestação.
Relembre o caso
Câmeras de segurança registraram o momento em que um porteiro de 48 anos é atacado e morto a facadas. O crime ocorreu na manhã do dia 2 de dezembro na rua Caraíbas, em Perdizes, na zona oeste de São Paulo.
O vídeo, obtido pela coluna de Valmir Salaro no UOL, mostra o assassino andando pelas ruas do bairro com touca e roupas pretas. Depois, as câmeras registram o porteiro Gabriel Araújo caminhando com regata, bermuda jeans e mochila nas costas.
Na sequência, o assassino faz uma curva, saindo da rua Maringá e, após ir em direção, ataca a vítima com diversas facadas. Em razão dos golpes, o porteiro e o agressor entram na área externa de um restaurante e a câmera não consegue capturar o restante da ação.
Após menos de um minuto, o assassino foge do local e vai em direção à rua Maringá, a mesma que ele deixou para ir ao encontro da vítima. O caso foi registrado como homicídio pelo 91º Distrito Policial (Ceasa) e encaminhado ao DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).
O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado e constatou o óbito da vítima no local, segundo o boletim de ocorrência. Um morador que acionou a Polícia Militar informou que ouviu gritos na rua e pensou que "se tratava de um cachorro que estava sendo maltratado". Porém, quando olhou pela sacada de seu apartamento, visualizou o assassino deixando o local do crime.
O porteiro que assumiu o turno depois de Gabriel contou que a vítima trabalhou no período noturno e não soube afirmar se houve intercorrências no turno da vítima.