Bolsas da Europa fecham na maioria em baixa, com chances de BoE mais restritivo e crise alemã
As bolsas da Europa operaram na maioria em baixa nesta terça-feira, 17, com expectativa pelas decisões de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês). No caso britânico, a publicação de uma alta dos salários no país reforçou as perspectivas de uma política mais restritiva para conter a inflação, já que os serviços são a principal preocupação atualmente da autoridade monetária visando a estabilidade dos preços. Na Europa continental, a crise política alemã se somou a novos indicadores que apontam dificuldades para a atividade econômica.
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 0,41%, a 513,70 pontos.
A taxa de desemprego britânica ficou estável em 4,3% nos três meses encerrados em outubro. Mas o dado que repercutiu nas mesas de operações foi o avanço de 5,2% no salário semanal médio, excluindo-se bônus, acima do acréscimo de 4,9% no trimestre até setembro. A avaliação é a de que o resultado não só consolida a já majoritária aposta por manutenção dos juros do BoE na quinta-feira, 19, mas também reduz as chances de cortes no ano que vem. Em Londres, o FTSE 100 recuou 0,81%, a 8.195,20 pontos.
Na Alemanha, após a queda do governo de Olaf Scholz, pesquisas mostram que os conservadores da oposição sob Friedrich Merz lideram por uma ampla margem as projeções para as eleições de 23 de fevereiro, com apoio em torno de 31%, seguidos pela Alternativa para a Alemanha, de extrema direita, com cerca de 18%, e o SPD de Scholz, com 17%.
Na maior economia europeia, o índice Ifo de sentimento das empresas caiu a 84,7 em dezembro, mais fraco que o esperado. Em Frankfurt, o DAX caiu 0,30%, a 20.253,69 pontos.
"Olhando para o índice DAX, não imaginaríamos que o país está passando por um grave colapso econômico e problemas políticos. As questões políticas não impediram que o índice subisse acima dos 20 mil neste mês. Os seus pesos pesados da tecnologia, como a SAP e a Siemens, seguiram os seus pares americanos e, de alguma forma, esconderam a miséria dos fabricantes de automóveis", aponta Ipek Ozkardeskaya, analista sênior do Swissquote. "Mas o mesmo não pode ser dito da França. As suas empresas de luxo não conseguiram amenizar as pressões na França, já que os consumidores chineses não ajudaram. Como resultado, o Stoxx 600 parece estar atingindo um pico, enquanto as ações avançam nos EUA", avalia.
Em Paris, o índice CAC 40 subiu 0,12%, a 7.365,70 pontos, com avanço de 0,51% em Airbus, depois que o Deutsche Bank elevou para "compra" a recomendação para o papel. Em Milão, o FTSE MIB caiu 1,22%, a 34.315,24 pontos. Em Madri, o Ibex35 recuou 1,52%, a 11.600,10 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 teve queda de 0,80%, a 6.312,23 pontos.