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Socorristas buscam sobreviventes e contam mortos por ciclone na França

Reuters

16/12/2024 09h26

PARIS/MORONI (Reuters) - Equipes de emergência procuravam sobreviventes nesta segunda-feira e buscavam restabelecer os serviços em Mayotte, o território ultramarino mais pobre da França, onde centenas ou até milhares de pessoas podem ter morrido devido ao pior ciclone que atingiu as ilhas do Oceano Índico em quase um século.

O ciclone Chido devastou grande parte do arquipélago ao largo do leste da África no fim de semana com ventos de mais de 200 km/h, atingindo casas pelas encostas e cortando telefones, energia e água potável.

Menino observa as ruínas de casas, após o ciclone Chido, em Mayotte - Chafion Madi/Reuters - Chafion Madi/Reuters
Menino observa as ruínas de casas, após o ciclone Chido, em Mayotte
Imagem: Chafion Madi/Reuters

Com áreas ainda inacessíveis, o ministro interino do Interior da França, Bruno Retailleau, disse ao chegar à zona do desastre que levaria dias para descobrir a extensão total dos danos e das mortes.

"As imagens são apocalípticas. É um desastre, não sobrou nada", afirmou à BFM TV uma enfermeira de terapia intensiva chamada Oceane no principal hospital da capital Mamoudzou.

O professor Hamada Ali disse à Reuters que as ruas estavam cobertas de lama e árvores, as pessoas estavam se abrigando nas escolas e a água engarrafada estava sendo usada para cozinhar.

Embarcação encalhada entre os destroços em Mamoudzou, após passagem do ciclone Chido - Kwezi/AFP - Kwezi/AFP
Embarcação encalhada entre os destroços em Mamoudzou, após passagem do ciclone Chido
Imagem: Kwezi/AFP

"Vi uma pessoa ferida por um metal... As casas com telhados de chapa metálica foram varridas pelo ciclone. Há moradias precárias das quais não conseguimos ver o menor vestígio", acrescentou.

Os moradores fizeram fila do lado de fora dos supermercados em busca de água e outros produtos básicos.

As comunicações foram interrompidas em grande parte do território, deixando os parentes de fora perguntando desesperadamente nas mídias sociais. "Preciso de uma atualização de Chiconi, por favor, meu irmão, minha cunhada e minha sobrinha estão lá e estou sem notícias desde sábado", disse um deles.

Destroços de casas após a passagem do ciclone Chido em Mayotte, departamento ultramarino francês na África - Kwezi/AFP - Kwezi/AFP
Destroços de casas após a passagem do ciclone Chido em Mayotte, departamento ultramarino francês na África
Imagem: Kwezi/AFP

O presidente francês Emmanuel Macron realizaria uma reunião de emergência sobre Mayotte ainda na segunda-feira. A ministra interina da saúde, Geneviève Darrieussecq, disse que o principal hospital de Mamoudzou estava mantendo as operações depois que as águas das enchentes foram removidas, enquanto uma clínica de campo seria montada e 100 médicos adicionais seriam enviados.

Mais de três quartos dos 321.000 habitantes de Mayotte vivem em relativa pobreza. De acordo com os números de 2021 da agência de estatísticas INSEE, Mayotte tem uma renda média anual disponível de pouco mais de 3.000 euros por habitante, cerca de oito vezes menos do que a região da Ilha de França, ao redor de Paris.

15.dez.2024 - Moradores sentados em uma estrada entre pilhas de escombros de chapas de metal e madeira depois que o ciclone Chido atingiu o território francês do Oceano Índico de Mayotte - KWEZI / AFP - KWEZI / AFP
15.dez.2024 - Moradores sentados em uma estrada entre pilhas de escombros de chapas de metal e madeira depois que o ciclone Chido atingiu o território francês do Oceano Índico de Mayotte
Imagem: KWEZI / AFP

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