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Promotora da Bolívia pede prisão de Evo Morales por "tráfico" de menor

16/12/2024 19h18

Uma promotora da Bolívia informou nesta segunda-feira (16) que solicitou uma ordem de prisão contra o ex-presidente Evo Morales devido ao suposto abuso de uma menor enquanto ele era presidente (2006-2019).

O Ministério Público (MP) pediu a detenção pelo crime de "tráfico" de menor, após um suposto acordo com os pais de uma adolescente de 15 anos.

Isso "corresponde emitir um mandado de prisão, situação que minha autoridade realizou", afirmou a promotora Sandra Gutiérrez em coletiva de imprensa.

A autoridade do Ministério Público informou que a ordem de prisão foi emitida em 16 de outubro, mas somente foi divulgada nesta segunda-feira.

Gutiérrez explicou que não mencionou o caso anteriormente porque "é muito complexo", uma vez que envolve um ex-presidente, que já negou as acusações várias vezes.

O escândalo remonta a 2015, quando o líder cocaleiro governava a Bolívia. Segundo o processo, Morales teria se envolvido com uma menor de 15 anos, com quem teve uma filha em 2016.

A tese da promotoria indica que os pais da menor a inscreveram na "guarda juvenil" de Morales "com o único objetivo de ascender politicamente e obter benefícios [...] em troca de sua filha menor".

Por esses fatos, a promotoria apresentou hoje uma denúncia contra Morales e contra a mãe da suposta vítima pelo crime de "tráfico de pessoas agravado".

Embora Morales já tenha descartado anteriormente essa denúncia por se basear em fatos investigados em 2020 sob a figura penal de "estupro" ? que implica acesso carnal com menores de 14 a 18 anos ?, o MP agora se concentra no suposto tráfico de pessoas.

Essa é a segunda ordem de prisão emitida contra Morales pelo mesmo caso.

A promotora Gutiérrez já havia ordenado sua captura em setembro, mas um recurso judicial interposto pela defesa do líder indígena conseguiu anulá-la.

Em meio à disputa pela candidatura da esquerda nas eleições de 2025, Morales argumentou que essa investigação é uma "lawfare" (perseguição judicial) conduzida pelo governo de Luis Arce, seu antigo aliado, para "proibi-lo" de participar da corrida eleitoral.

jac/vel/dga/ic/am

© Agence France-Presse

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