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Polícia e Cremerj abrem investigação sobre homem morto em UPA no Rio

Homem morre sentado em UPA no Rio - Reprodução/Redes sociais
Homem morre sentado em UPA no Rio Imagem: Reprodução/Redes sociais
do UOL

Do UOL, em São Paulo

16/12/2024 17h11Atualizada em 16/12/2024 17h14

A morte de um homem que aguardava atendimento na UPA da Cidade de Deus, zona oeste do Rio, motivou a abertura de uma investigação na Polícia Civil e outra no Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Rio).

O que aconteceu

O caso é investigado na 41ª DP (Tanque), informou a PC-RJ ao UOL. "Agentes realizam diligências para esclarecer todos os fatos", diz a nota.

Já o Cremerj abriu uma sindicância sigilosa para apurar a morte de José Augusto Mota da Silva, 32. A investigação interna diz respeito diretamente à conduta profissional.

Em uma nota divulgada no domingo (15), o conselho havia dito que adotaria as medidas necessárias. Porém, o Cremerj demonstrou preocupação com a publicação do secretário estadual de Saúde, Daniel Soranz, que anunciou a demissão de todos os profissionais que estavam no plantão da unidade quando o homem morreu.

O conselho pediu que qualquer responsabilização só aconteça após "análise criteriosa". "O CREMERJ expressa preocupação com decisões precipitadas, como demissões sumárias, que podem desconsiderar circunstâncias relevantes e comprometer direitos fundamentais dos profissionais".

O Cremerj já havia feito três visitas à UPA da Cidade de Deus, em 2021, 2022 e 2023. Em todas as diligências a equipe do conselho identificou "deficiências relacionadas ao corpo clínico", ou seja, falta de médicos.

Homem aguardava atendimento

José Augusto Mota da Silva aguardava atendimento em uma cadeira da UPA na Cidade de Deus. A cena foi filmada na noite de sexta-feira (13) por pacientes na sala de espera da unidade. Os vídeos foram compartilhados em grupos de moradores.

Outro vídeo mostra José Augusto sendo levado em uma maca e os outros pacientes reclamando com a equipe. "Agora vocês estão com pressa, né? O homem chegou aqui gritando de dor (...) Todo mundo é culpado, ninguém atendeu", diz um paciente.

Emily Larissa Souza Mota, sobrinha do homem, disse ao UOL no domingo que o tio sofria de problemas no estômago. Ele já havia passado por uma UPA do Rio em abril deste ano, mas o problema continuou.

A SMS (Secretaria Municipal de Saúde, responsável pela UPA) do Rio disse que a coordenação da unidade abriu uma sindicância para apurar o caso. "Segundo relatos iniciais dos profissionais, tudo aconteceu muito rápido", diz a nota da pasta. O paciente teria entrado "lúcido e andando" e teve a classificação de risco feita às 20h30.

"Poucos minutos depois, foi acionada a equipe médica devido ao paciente encontrar-se desacordado", alega a secretaria. "Ele foi levado à Sala Vermelha para atendimento, mas infelizmente não resistiu", acrescenta o comunicado.

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