Nelson Tanure está em conversas preliminares para eventual compra das ações do Casino no GPA, diz fonte
Por Luciana Magalhaes e Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O empresário brasileiro Nelson Tanure iniciou discussões preliminares com o varejista francês Casino, demonstrando interesse em suas ações no GPA, de acordo com uma fonte familiarizada com o assunto.
Recentemente, Tanure comprou aproximadamente 9% das ações do GPA no mercado e está considerando adquirir papéis adicionais do Casino. Ainda não está claro se ele tentará comprar toda a participação de 22,5% do Casino no GPA ou apenas uma parte dela.
Segundo a fonte, as conversas ainda são "superficiais" e envolvem uma demonstração de intenções.
As ações do GPA voltaram a disparar nesta segunda-feira, em meio a crescentes especulações sobre planos de Tanure, e fecharam o pregão em alta de 15,61%, a 2,74 reais.
Tanure não quis comentar e o Casino não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários.
Antes da abertura da bolsa brasileira nesta segunda-feira, o GPA divulgou que fundos de investimento sob a gestão da Reag Trust atingiram uma participação de 5,69% do total de ações ordinárias emitidas pelo varejista.
Essa participação, segundo a companhia, citando correspondência da Reag, somada a instrumentos financeiros derivativos de sua titularidade, com exposição equivalente a 3,87% do total de ações ON do GPA, totaliza 9,56%.
As operações foram financiadas por Tanure, que também concordou recentemente em comprar a rede de supermercados Dia no Brasil, indicou a mesma fonte.
Olhando para o futuro, Tanure está considerando propor uma fusão entre a Dia e o GPA, dependendo da aprovação regulatória, acrescentou a fonte. A proposta da fusão foi inicialmente veículada pelo jornal Valor Econômico.
O GPA concluiu neste ano um plano de vendas de ativos não essenciais para reduzir o endividamento, com iniciativas para melhorar a estrutura de capital, incluindo uma oferta de ações que resultou em um novo desenho societário.
O francês Casino, outrora controlador do GPA, já afirmou à Reuters que não considera mais a empresa um investimento estratégico e que está aberto a vender sua fatia no negócio.