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Ibovespa fecha em queda com apreensão sobre fiscal e sem catalisador para compras

16/12/2024 18h06

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta segunda-feira, sem trégua na alta das taxas dos contratos de DI em meio a preocupações com o cenário fiscal e a política monetária no país, enquanto GPA disparou com crescentes especulações envolvendo o empresário Nelson Tanure.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa cedeu 0,84%, a 123.560,06 pontos, de acordo com dados preliminares, tendo marcado 123.495,17 pontos na mínima e 124.955,95 pontos na máxima do dia. O volume financeiro somou 22,78 bilhões de reais.

Na visão de analistas do BB Investimentos, embora o Ibovespa tenha condições técnicas de apresentar recuperação no curto prazo, "o contexto macroeconômico e as baixas expectativas para catalisadores locais devem impedir uma alta consistente", conforme email enviado a clientes nesta segunda-feira.

"O sentimento de que qualquer movimento de recuperação (do Ibovespa) é uma oportunidade de venda foi evidenciado na última semana", reforçaram analistas do Itaú BBA no relatório Diário do Grafista enviado a clientes mais cedo. "O momento é continuar com cautela até sinais mais claros de uma recuperação."

No noticiário fiscal, o Tesouro Nacional divulgou na parte da tarde previsão de que a dívida bruta do governo geral atingirá 77,7% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, acima dos 77,3% estimados em março, e ainda seguirá em alta, com pico de 81,8% do PIB em 2027.

Investidores também continuam atentos à tramitação das medidas do pacote de gastos no Congresso, dado que o recesso parlamentar de fim de ano começa oficialmente na próxima semana. Na última quinta-feira, o presidente do Senado afirmou ser possível aprovar as medidas fiscais antes do recesso.

Quanto à política monetária, a ata da última decisão do Banco Central, na semana passada, quando elevou a Selic de 11,25% para 12,25% e sinalizou mais duas altas na mesma magnitude, deve ocupar os holofotes na terça-feira, enquanto economistas seguem ajustando previsões sobre o ciclo de alta.

Agentes financeiros veem os ativos sendo afetados pela dúvida se a nova diretoria do BC irá perseguir a meta para a inflação, mas também pela percepção no mercado de que, sem a ajuda da política fiscal, a política monetária não será capaz de levar a economia brasileira de volta ao equilíbrio.

DESTAQUES

- GPA ON disparou 15,61%, em meio a crescentes especulações sobre o interesse do empresário Nelson Tanure no dono da bandeira Pão de Açúcar. ASSAÍ ON caiu 6,09% e CARREFOUR BRASIL ON recuou 1,37%.

- VAMOS ON cedeu 8,45%, pressionada pelo movimento de alta nas taxas dos contratos de DI, que afetou outros papéis também, como LOCALIZA ON, que caiu 4,72%, e MAGAZINA LUIZA ON, que perdeu 5,37%.

- ITAÚ UNIBANCO PN cedeu 1,09%, enquanto BANCO DO BRASIL ON recuou 1,43%, BRADESCO PN perdeu 1,65% e SANTANDER BRASIL UNIT declinou 1,24%. BTG PACTUAL UNIT caiu 4,31%.

- B3 ON sucumbiu à piora e caiu 0,98%, mesmo após anunciar recompra de até 380 milhões de ações, bem como estimar para 2025 desembolsos de 2,84 bilhões a 3,22 bilhões de reais e alavancagem financeira em até 2,1 vezes o Ebitda.

- REDE D'OR ON avançou 0,37% tendo no radar anúncio de programa de recompra de até 30 milhões de ações com prazo de 12 meses e distribuição de 450 milhões de reais em juros sobre capital próprio (JCP).

- MINERVA ON subiu 5,58%, com o setor de proteínas endossado pela resiliência do dólar ante o real. JBS ON avançou 2,73%, BRF ON valorizou-se 2,02% e MARFRIG ON ganhou 4,93%.

- VALE ON terminou com decréscimo de 0,05%, na quinta queda seguida, mesmo em dia de alta dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado em Dalian subiu 0,5%.

- PETROBRAS PN fechou com decréscimo de 0,42% sucumbindo à fraqueza dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent encerrou em baixa de 0,78%.

- AUTOMOB ON saltou 180,09% em sua estreia na bolsa paulista. A companhia resulta da reorganização corporativa que fundiu o negócio de concessionárias da Vamos na Automob, ambas controladas pela holding Simpar.

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