EUA deporta ao México ex-líder do Cartel do Golfo
Os Estados Unidos deportaram ao México, nesta segunda-feira (16), o traficante de drogas Osiel Cárdenas Guillén, ex-líder do Cartel do Golfo e fundador da sanguinária organização criminosa Los Zetas, informou o Serviço de Imigração e Controle Alfandegário americano (ICE, na sigla em inglês).
Após ser entregue a autoridades mexicanas, Cárdenas Guillén foi levado à prisão de segurança máxima do Altiplano, localizada a cerca de 80 quilômetros de Cidade do México, informou uma fonte federal próxima do caso, que pediu para não ser identificada por não estar autorizada a fazer declarações.
A Justiça mexicana tem casos abertos contra o ex-líder criminoso pelos crimes de narcotráfico, crime organizado e operações com recursos de procedência ilícita, acrescentou a fonte.
Cárdenas foi libertado em agosto, 21 anos depois de ser detido e 17 anos depois de sua extradição aos Estados Unidos, onde se declarou culpado de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e extorsão a agentes federais americanos.
Contudo, imediatamente depois, ele passou para a custódia do ICE.
"Ao devolver este indivíduo perigoso ao México, onde enfrenta acusações graves, demos um passo significativo para proteger nossas comunidades e manter o estado de direito", afirma Samuel Olson, diretor do Escritório de Detenção e Deportação de Chicago (ERO, na sigla em inglês), citado em nota.
Esta operação "demonstra o poder da colaboração na aplicação da lei", acrescentou.
Osiel Cárdenas Guillén, de 57 anos, saiu em agosto do Centro Penitenciário Terre Haute, em Indiana, onde cumpria pena, mas foi levado ao Centro de Detenção de Otay Mesa.
Os oficiais escoltaram Cárdenas através do porto de entrada de San Diego, "onde foi entregue às autoridades mexicanas sem incidentes", detalha o comunicado.
O Cartel do Golfo chegou a ser um dos grupos criminosos mais temíveis do México. Contudo, nos últimos anos, perdeu influência e se dividiu em múltiplas facções.
Como líder, Cárdenas Guillén, de 57 anos, supervisionou um império de tráfico de drogas responsável pela exportação de milhares de quilos de cocaína e maconha aos Estados Unidos a partir do México, segundo fontes judiciais.
Apelidado de "El Mata Amigos" (matador de amigos, em tradução livre), foi detido em 2003 em Tamaulipas (nordeste do México) e extraditado em 2007 aos Estados Unidos, onde foi condenado em 2010 a 25 anos de prisão e ao pagamento de 50 milhões de dólares (R$ 300 milhões, na cotação atual).
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