Bolsas da Europa fecham na maioria em baixa, com crises políticas na França e na Alemanha
As bolsas da Europa fecharam na maioria em queda nesta segunda-feira, 16, em uma sessão intensa no quadro político das duas maiores economias da zona do euro. Na Alemanha, o governo do chanceler federal Olaf Scholz foi derrotado na votação de uma moção de confiança no parlamento hoje, o que abrirá caminho para eleições em fevereiro. Na França, a Moody's rebaixou o rating do país, de Aa2 para Aa3 e alterou a perspectiva de "negativa" para "estável". É o começo de uma semana intensa, que contará ainda com decisões de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) e do Federal Reserve (Fed).
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 0,14%, a 515,71 pontos.
A Moody's citou expectativa por piora nos fundamentos das contas públicas francesas, em meio ao impasse na aprovação do orçamento do ano que vem. O imbróglio derrubou o agora ex-primeiro-ministro Michel Barnier, que foi substituído pelo centrista François Bayrou. Líder da extrema-direita da França, Marine Le Pen caracterizou como "positivo" o encontro que teve hoje Bayrou. Le Pen disse ter entendido haver maior disposição de Bayrou de manter diálogo com a oposição. Para ela, o "método" parece "mais positivo" que o empreendido por Barnier. Em Paris, o CAC 40 recuou 0,71%, a 7.357,08 pontos.
Além do noticiário político, investidores absorvem também a sequência de índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) que mostrou um quadro divergente na Alemanha, na zona do euro e no Reino Unido. No geral, os dados indicaram surpreendente força no setor de serviços, mas a indústria permaneceu em território de contração nas leituras preliminares de dezembro. O dado pavimenta a visão de que o BoE provavelmente deixará a taxa básica inalterada na quinta-feira, conforme expectativa de economistas. Em Londres, o FTSE 100 recuou 0,46%, a 8.262,05 pontos.
A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, reforçou hoje expectativa por contínuo relaxamento monetário ao longo do ano que vem, em meio à crescente confiança de que a inflação caminha para se acomodar na meta de 2% na zona do euro. O vice-presidente do BCE, Luis Guindos, está confiante de que a inflação convergirá para a meta em 2025. "Se nossas projeções de inflação se confirmarem, a evolução (da política monetária) continuará a tendência (de cortes de juros) que tivemos nos últimos meses", afirmou. Em Frankfurt, o DAX caiu 0,45%, a 20.313,75 pontos. Em Milão, o FTSE MIB teve queda de 0,43%, a 34.740,25 pontos. Por outro lado, em Madri, o Ibex35 avançou 0,32%, a 11.789,50 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 avançou 0,14%, a 6.363,25 pontos.