Presidente da Coreia do Sul descumpre intimação para explicar lei marcial
O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, não atendeu a uma intimação feita por promotores neste domingo (15) para explicar o decreto de lei marcial mal sucedido no país. Yeol e funcionários do governo são investigados por possíveis crimes de insurreição, abuso de autoridade e obstrução do direito. Um novo pedido deve ser feito nesta segunda-feira (16), segundo a agência de notícias Reuters.
O que aconteceu
Yoon Suk Yeol foi intimado a comparecer a um interrogatório às 10h deste domingo (no horário local, 22h de sábado em Brasília), mas não apareceu. A informação foi repassada para a Reuters pela agência de notícias Yonhap. Uma nova intimação deve ser emitida nesta segunda-feira (16).
Ainda conforme a publicação sul-coreana, neste domingo promotores cumpriram mandados de prisão contra oficiais militares seniores, incluindo o chefe do Comando de Guerra Especial do Exército e o chefe do Comando da Defesa de Seul, capital do país. O presidente e os integrantes do governo são investigados por supostos crimes de insurreição, abuso de autoridade e obstrução de pessoas de exercerem seus direitos.
Yoon sofreu impeachment no sábado (14) por 204 votos a favor e 85 contra devido ao decreto de Lei Marcial e foi suspenso das funções presidenciais. Eram necessários 200 votos do Parlamento, que tem 300 deputados. Três parlamentares se abstiveram e oito votos foram considerados inválidos. O Tribunal Constitucional da Coreia do Sul tem até 180 dias para decidir se Yoon será removido do cargo. Se isso ocorrer, uma nova eleição será convocada.
Segundo a polícia local, cerca de 1.500 tropas militares foram mobilizadas quando Yoon declarou lei marcial em 3 de dezembro. Horas depois, o presidente recuou. Yoon Suk Yeol justificou que a decisão era necessária para proteger o país de "forças comunistas" em meio a constantes disputas com o parlamento, controlado pela oposição. A medida surpreendente ocorreu no momento em que o Partido do Poder Popular de Yoon e o Partido Democrático, principal legenda de oposição, travam uma queda de braço em relação ao projeto de lei orçamentária do próximo ano.
(Com informações da Reuters)