Lula recebe alta, mas ficará em SP até quinta: 'Pode trabalhar e passear'
O presidente Lula (PT) recebeu alta do hospital Sírio-Libanês neste domingo (15), em São Paulo, e deixou o hospital no início da tarde. Segundo os médicos, ele deverá permanecer na capital paulista pelo menos até quinta-feira (19).
O que aconteceu
Lula terá restrição de atividades físicas nos próximos 15 dias, segundo médico Roberto Kalil. O presidente poderá, entretanto, "passear" e trabalhar normalmente de casa, em São Paulo, pelos próximos dias.
O presidente estava internado desde a madrugada da última terça (10). Ele foi inicialmente examinado no Sírio-Libanês em Brasília e levado em seguida a São Paulo, onde passou por uma cirurgia de emergência para drenagem de uma hemorragia cerebral. O sangramento ocorreu em decorrência do acidente doméstico sofrido em 19 de outubro, quando caiu no banheiro do Palácio da Alvorada.
Os últimos boletins médicos mostraram evolução no quadro de Lula. O presidente recebeu alta da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na sexta-feira (13) e publicou vídeo caminhando pelos corredores do hospital.
Petista não tirou licença e sancionou leis digitalmente do hospital. A equipe médica que acompanhou o presidente é formada pelo cardiologista Roberto Kalil, os neurologistas Mauro Suzuki e Rogério Tuma, a infectologista e médica da presidência da República, Ana Helena Germoglio, o neurocirurgião Marcos Stavale e o neuroradiologista intervencionista José Guilherme Caldas.
Surpresa por não estar curado
Lula disse que a "única surpresa" foi achar que estava curado. Segundo o presidente, ele voltou para suas atividades físicas, como esteira, musculação, além de viagens. "No domingo (8), comecei a sentir dor de cabeça, achei que era por conta do sol", afirmou. Na segunda, o petista contou que as dores continuaram, os passos ficaram lentos e foi quando decidiu ir ao médico.
Hoje, o petista agradeceu a Deus e aos médicos após a alta. Ao lado da primeira-dama Janja da Silva, o presidente apareceu de surpresa no auditório do Sírio-Libanês, após entrevista coletiva com os médicos. Ele afirmou que está pronto para voltar a governar e quer "entregar um país feliz" em 2026.
Presidente disse que caiu no banheiro após cortar unhas das mãos, e não dos pés, como havia sido divulgado. "Estava cortando as unhas das mãos. Eu já tinha cortado minha unha, já tinha lixado. Quando fui guardar o estojo ao invés de levantar, eu tentei afastar meu bumbum do banco", contou.
Do acidente à alta hospitalar
19/10: Queda no banheiro. O presidente Lula sofre um acidente doméstico no Palácio da Alvorada. Ele teve uma queda no banheiro e abriu um corte na cabeça que provocou sangramento do cérebro. Foi internado do hospital Sírio Libanês em Brasília.
20/10: Liberado da internação sem poder viajar. Primeiro boletim médico aponta que Lula foi liberado, mas com a orientação de evitar viagens aéreas de longa duração para reduzir riscos.
22/10: Exames mostram quadro estável. Em nova reavaliação, os exames de imagem indicaram estabilidade do quadro, sem alterações preocupantes.
25/10: Novos exames confirmam estabilidade. Lula realiza novos exames médicos que confirmam a estabilidade em relação aos anteriores. Ele é considerado pronto a retomar sua rotina de trabalho em Brasília, sem restrições adicionais.
31/10: Sem sintomas, novos exames. O presidente realiza mais uma avaliação, com exames que seguem sem alterações. Ele continua sem apresentar quaisquer sintomas relacionados à queda.
3/11: Lula repete os exames e permanece bem. Os médicos recomendam novos exames em uma semana para monitoramento.
10/11: Os exames mais recentes mostram melhora em relação aos anteriores. Com esse progresso, Lula é liberado para retomar plenamente suas atividades, inclusive viagens aéreas. Ele também é dispensado de exames médicos.
9/12: Queixas sobre dor de cabeça. Lula se queixou de dor de cabeça no fim da tarde de ontem, após encontro com os presidentes da Câmara Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
10/12: Cirurgia de emergência. Lula foi submetido a uma cirurgia de emergência na madrugada desta terça-feira (10) para drenagem uma hemorragia intracraniana, após sentir dor de cabeça.
11/12: O presidente permaneceu internado em UTI. O boletim médico do dia informou que Lula estava "sob cuidados intensivos", mas seu quadro "evoluiu bem no pós-operatório imediato, sem intercorrências".
12/12: Lula passou por um novo procedimento médico às 7h25. O médico Roberto Kalil disse que a complementação, que durou cerca de uma hora "foi um sucesso". Ele foi submetido a uma embolização de artéria meníngea média. O objetivo era bloquear o fluxo de sangue no cérebro para evitar futuros sangramentos.
13/12: Lula deixou a UTI do Sírio-Libanês, em São Paulo, e ficou sob cuidados semi-intensivos. O que mudou foi o monitoramento, que passou a ser em intervalos, e não de forma contínua.